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O desporto motorizado em Angola

Artigo
O desporto motorizado em Angola

Ligado ao Desporto Motorizado (de quatro rodas) desde 1993, pela primeira vez me vejo “metido” nestas andanças de escrever sobre ele. Considero-me um homem dos 7 ofícios, mas confesso que a escrita não era, até hoje, um deles e se, como Despachante Oficial, gosto de “despachar”, por isso… espero que vos agrade.

Apesar de ter nascido e viver atualmente em Angola, vivi muitos anos em Portugal e foi aí que, em 1993, recebi um convite de um amigo de então para ser co-piloto dele. E assim foi: fizemos o Campeonato Nacional de TT em 1993 e 1994 num “velhinho” UMM, ex-Tucha. Em 1995 evoluímos para uma pick-up Nissan mas, infelizmente, a “guerra” era muita e os valores também eram demasiados elevados para as nossas bolsas. Na altura decidimos enveredar pelos passeios de TT, pois sempre se gastava menos dinheiro, mas como o “bichinho” da competição já estava no sangue, decidi comprar um kart e fazer o Troféu 100 cc Livre em Baltar, juntando também algumas participações na Equipa do Correio da Manhã, nos Troféus Empresas, que na altura eram um sucesso.

Ao fim de dois anos percebi que, com os meus 80 kg (na altura), não ia longe no Karting, pois estava a competir com os “miúdos” que pesavam apenas 45 kg. Resumindo, eles, mesmo com lastro, pesavam quase metade do que eu sem lastro. Foi quando decidi comprar uma Moto 4 e fazer o Campeonato Nacional de TT, na Classe de 4 tempos, com um protótipo da Husaberg, onde em 7 provas do Campeonato, acabei 4 com a mota às costas, isto em 1999.

Em 2000, a vida fez com que regressasse à minha terra natal, Luanda, e para minha tristeza a competição era quase nula. Mas em 2005 recomeçou a viver-se as corridas e voltei à competição, neste caso na Velocidade, primeiro com um Hyundai Accent, depois com um Renault Mégane e, por fim, com os Honda Civic Type R – o que, no conjunto, acabou por me valer ser Campeão Nacional de Turismos até 2000cc cinco anos consecutivos, entre 2006 e 2011 (Campeão Nacional sem o ser, pois não havia nenhuma Federação que homologasse os Campeonatos, por isso na realidade fui Campeão do Troféu Nacional).

Durante estes anos ainda fiz o Dakar de 2006 como co-piloto num Land Rover Defender 110. Aliás, ainda sou o único angolano que conseguiu acabar um Dakar (também só fomos 2 a participar…), que tem duas participações nas 24 Horas de Fronteira (onde, em 2011, fiquei em 2º Lugar das 23 Horas de Fronteira ), um 13º Lugar da Geral no Rally Transorientale, considerado o maior Rally Raid do Mundo, que liga St. Petersburgo, na Rússia, a Pequim, na China – aqui já como piloto oficial da equipa ZZ Nissan (Nissan Chinesa) – e, em 2008, uma participação no Circuito da Boavista aos comandos de um Seat Leon. Neste momento estou a participar no Polaris Cup, que está inserido no Campeonato Nacional de Rallys em Angola.

Por tudo isto, sinto-me mais à vontade a tentar escrever-vos sobre o Desporto Motorizado em Angola atualmente, mesmo porque é um modo de vos dar a conhecer uma realidade que poucos conhecem. É o que me proponho aqui fazer ao longo dos próximos meses.

José Carlos Madaleno
CEO da Transmad

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