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Tudor: um ‘tesouro’ escondido…

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Tudor: um ‘tesouro’ escondido…

Um relógio cheio de personalidade, associado ao universo dos desportos motorizados, a um preço consentâneo com os tempos que correm e certificado pela reputação de qualidade de um potentado relojoeiro? A sugestão mais óbvia dá pelo nome de Tudor, a outra marca da Rolex.

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Na verdade, chamar à Tudor ‘a outra marca da Rolex’ é redutor e injusto – a Tudor tem traçado o seu próprio caminho após uma grande renovação efectuada em 2009, e até se transformou num case study, tendo mesmo assumido o estatuto de marca de culto para muitos aficionados e até jornalistas especializados.

Conhecida por ter sido uma das forças motrizes da tendência neo-vintage que se verifica actualmente na relojoaria, graças ao lançamento de atraentes reinterpretações de modelos do passado como o Heritage Chrono, o Heritage Advisor ou o Heritage Black Bay, a Tudor também se tem mostrado muito forte na apresentação de modelos inspirados na competição automóvel e é mesmo Timing Partner da Ducati (desde 2011) e do WEC (World Endurance Championship, desde 2014).

UM DILEMA ULTRAPASSADO
A Tudor nasceu com a intenção de Hans Wilsdorf, após fundar e registar a Rolex em 1908, em ter uma segunda marca com uma excelente relação preço/qualidade mas de preço mais acessível, tendo feito tudo para adquirir os direitos de utilização de um nome nobre que evoca uma das mais célebres dinastias da realeza britânica.

E, a partir de 1946, a Tudor passou a beneficiar da superlativa capacidade industrial da casa-mãe em todos os componentes (desde os vidros de safira às braceletes em aço, passando pelos mostradores; muitas peças até eram marcadas Rolex) e nas soluções tecnológicas (sistema hermético Oyster de estanqueidade), mas utilizando mecanismos oriundos da manufactura de calibres ETA (a maior fornecedora de movimentos mecânicos da relojoaria suíça).

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Nessa condição de “irmã mais nova”, a Tudor sempre se confrontou com duas interpretações relativamente ao consumidor final: havia quem comprava porque sabia que se tratava de um produto com os padrões de qualidade da Rolex a um preço mais baixo do que o da Rolex; e havia quem não comprava por se tratar de um produto demasiado parecido com a Rolex sem ser Rolex. O certo é que o rumo estilístico que a Tudor adoptou a partir de 2009, e que inclui o patrocínio inicial da Porsche Motorsports para depois se cingir à associação com a Ducati e o WEC, conduziu-a a um posicionamento muito próprio onde esse cordão umbilical deixou de continuar a fazer sentido; com influências italianas na equipa directiva, a marca ganhou um brio latino que lhe injectou personalidade e que a tornou capaz de captar o imaginário de clientes ditos normais ou mesmo dos grandes aficionados.

A LINHA GRANTOUR
Inspirada pela classe Gran Turismo e a simbiose perfeita entre performance e estilo que caracteriza os bólides GT, a linha Grantour da Tudor apresenta um visual desportivo moderno mas com laivos vintage em diversos pormenores. A utilização de pormenores vermelhos no mostrador (ponteiros, grafismo) e de correias personalizadas acentua essa vertente racing.

A linha é formada pelo Grantour Chrono Fly-back, pelo Grantour Chrono e pelo Grantour Date – com caixas em aço de 42 milímetros, mostradores pretos ou brancos, bracelete de aço ou dois tipos de correia de pele (furada ou microperfurada).

A LINHA FASTRIDER
A outra gama é inspirada pela associação da Tudor à lendária escuderia italiana de motociclos Ducati, estabelecida a 30 de Junho de 2011. Curiosamente, as duas marcas partilham a data de nascimento (1926) e um ano relevante (1946) em que a Ducati lançou o seu primeiro motor próprio para motos e a Tudor foi oficializada em Genebra sob o nome de Montres Tudor SA…

A linha Fastrider de cronógrafos automáticos inclui um modelo muito técnico à base de cerâmica negra injectada denominado Fastrider Black Shield, com duas variantes (pormenores vermelhos ou khaki em contraste com o mostrador preto), e o Fastrider Chronograph, caracterizado por mostradores listados e com totalizadores contrastantes acompanhados de correias de pele desportivas ou braceletes NATO listadas a prolongarem as linhas do mostrador.

Como se pode constatar pelos modelos referenciados, a Tudor apresenta uma personalidade bem própria e até mais ousada do que a “sister company” Rolex. E não esquecendo os vários modelos Heritage, também muito personalizados. Uma marca claramente em ascensão e que ainda está a ganhar notoriedade em Portugal, mas que constitui um valor seguro e na qual vale muito a pena investir. Nos modelos inspirados pelos desportos motorizados ou nos outros!

Miguel Seabra
Espiral do Tempo

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Miguel Seabra