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As emissões de partículas dos automóveis – o problema dos Diesel

Artigo
As emissões de partículas dos automóveis – o problema dos Diesel

Entre os diferentes poluentes, um dos que tem maiores consequências para a saúde pública são as partículas, quer as chamadas partículas inaláveis (PM10), ou seja todas aquelas que têm um diâmetro inferior a 10 mm, quer as chamadas partículas finas (PM2,5), a fração de partículas com diâmetro inferior a 2,5 mm, que por ser mais pequena chega até aos pulmões e entra mais facilmente no nosso organismo, representando um maior perigo.

As partículas mais finas podem transportar substâncias tóxicas (sulfatos, nitratos, metais pesados e hidrocarbonetos) para as vias respiratórias atingindo os alvéolos pulmonares, provocando dificuldades respiratórias e por vezes danos permanentes. Em muitas cidades europeias as partículas são o poluente que suscita maiores preocupações, estando a sua ação relacionada com muitos tipos de problemas de saúde, desde a irritação nasal, tosse, até à bronquite, agravamento de asma e mesmo a morte.

Nos centros urbanos de Lisboa e Porto, ao longo de diversos anos, nos locais de tráfego, tivemos valores acima dos limites fixados na legislação, quer no que respeita a médias diárias, quer à média anual. Porém, a situação tem vindo a melhorar, tendo-se cumprido os valores em 2014, mas sendo as condições meteorológicas determinantes e não estando nós completamente seguros que as melhorias relacionadas com a principal causa, o tráfego rodoviário, consigam assegurar completamente que esta situação esteja resolvida.

Apesar do desgaste dos travões, dos pneus, ou mesmo da resuspensão de partículas, são as partículas emitidas pelo tubo de escape dos veículos a gasóleo que são as mais problemáticas e não são resolvidas pelos catalisadores cujas cerâmicas se destinam apenas a promover reações de gases. Assim, só os chamados filtros de partículas obrigatórios nos novos motores desde 2010 de acordo com uma norma europeia (a Euro 5), é que permitem baixar substancialmente as suas emissões. Para se ter uma ideia, um veículo Diesel em 1992 podia emitir no máximo 0,14 grama por quilómetro de partículas, enquanto um veículo ligeiro com filtro não ultrapassa 0,005 grama por quilómetro, tornando-se praticamente equivalente em termos de emissões aos automóveis a gasolina. Os filtros de partículas têm sido um êxito também nos veículos pesados

Um dos principais problemas com os filtros de partículas, em particular os de primeira geração, é que requeriam (no caso dos camiões) um aditivo, ou nos casos dos automóveis, ficavam “entupidos”, levando muitos condutores a retirá-los indevidamente. Realmente, a destruição das partículas retidas no filtro só é possível a elevadas temperaturas, com o motor a grande rotação, e quem não faça uma condução fora de zonas urbanas, não consegue que o filtro tenha as condições para se limpar. Felizmente, a tecnologia automóvel também aqui tem evoluído, e neste momento, em modelos a gasóleo mais recentes, é raro que a luz de aviso relacionada com este problema acenda.

Francis Ferreira
Quercus

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