Samsung compra Magneti Marelli?
Motivadas pela condução autónoma, muitas empresas não directamente relacionadas com o automóvel mostram o seu interesse pelo sector, casos da Apple ou da Google, por exemplo. Agora, segundo avança o Automotive News, a Samsung Electronics estará em conversações com Fiat Chrysler Automobiles (FCA), com vista à aquisição da Magneti Marelli , a sua divisão de componentes.
O negócio marcaria o regresso da empresa sul-coreana ao sector automóvel ao mais alto nível, depois de ter vendido, em 2000, a Samsung Motors à Renault, após a respectiva falência. Mesmo que este não seja o primeiro passo dado nesse sentido pelo gigante da electrónica coreano: em Dezembro, criou um grupo de trabalho destinado a trabalhar em componentes e sistemas de entretenimento para automóveis, bem como na condução autónoma, e em Julho investiu mais de 400 milhões de euros na chinesa BYD, antecipando um rápido crescimento da procura por automóveis eléctricos.
A Samsung é líder global na venda de smartphones, e maior produtor mundial de chips e televisões, estando particularmente interessada nas áreas de iluminação, entretenimento a bordo e telemática da Magneti Marelli. mas não porá de parte a possibilidade de adquirir a empresa italiana na sua totalidade, por um valor que se prevê próximo dos 2,7 mil milhões de euros – no que seria a sua maior aquisição de sempre fora da Coreia do Sul. Interveniente decisivo neste negócio poderá ser o vice-presidente da Samsung, Lee Jae Yong, que já teve funções de direcção na Exor, a empresa que controla a maior parte do capital da FCA desde 2012. Lee não só pretende reduzir a dependência da Samsung do negócio dos smartphones, como conferir escala imediata às suas ambições no sector automóvel, abrindo esta aquisição as portas para o fornecimento às marcas mais reputadas da FCA, como a Alfa Romeo ou a Maserati.
Aliás, as duas empresas já desde de 2009 que estabeleceram uma parceria com vista ao desenvolvimento de sistemas de entretenimento, informação e navegação, podendo as competências da Samsung nas áreas da iluminação e dos ecrãs por LED orgânicos ser determinantes para que os modelos da FCA passassem a dispor de evoluídas soluções neste domínio, às quais um cada vez maior número de condutores é cada dia mais sensível. Por seu turno, a FCA, primeiro fabricante de larga escala a emparceirar com a Google no desenvolvimento de automóveis autónomos, depois de ter desistido de uma fusão com a General Motors, continua a ter como um dos principais objectivos reduzir o seu elevado passivo até 2019, altura em que termina o mandato de Sergio Marchionne, seu actual CEO. E este poderia ser, sem dúvida, mais um passo com vista ao alcançar de tal desiderato.
