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Citroën DS21 Super 5 ruma ao Caramulo

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Citroën DS21 Super 5 ruma ao Caramulo

Fabricado em 1973, o Citroën DS21 Super 5, do coleccionador José Ramos Costa, é uma das mais jóias do Museu do Caramulo. As formas arrojadas e deveras aerodinâmicas para a época, o carácter inovador e uma estrondosa popularidade fizeram do DS um dos automóveis mais marcantes do século XX, a par de modelos como o Ford T ou o VW Carocha. Foi desenhado pelo escultor italiano Flaminio Bertoni, o projecto de engenharia é do engenheiro aeronáutico francês André Lefèbvre e esteve em produção durante vinte anos, vendendo mais de 1,45 milhões de unidades em todo o mundo.

O DS foi apresentado no Salão Paris de 1955, após 18 anos de desenvolvimento no maior secretismo. Nos primeiros 15 minutos, recebeu 743 encomendas; no final do primeiro dia, as encomendas eram de 12 mil; após dez dias de salão, tinha firmadas mais de 80 mil encomendas – recorde que se manteve durante seis longas décadas. Originalmente, era proposto nas versões DS19 e DS21, equipadas com motores de quatro cilindros em linha a gasolina oriundos do Traction Avant (um com com 1985 cc e 90 cv, o segundo com cambota de cinco apoios, 2175 cc e 109 cv, tendo recebido em 1970 um sistema de injecção electrónica da Bosch que fez subir a sua potência para 113 cv).

O que melhor distinguiu o DS de qualquer outro modelo da sua época foi o sistema hidropneumático, que geria o amortecimento da suspensão independente às quatro rodas (geometria ainda bastante rara na altura), a assistência da direcção, a operação da embraiagem e a assistência dos travões, garantindo-lhe um notável conforto de condução.  Veja-se a transmissão semiautomática, em que ao condutor bastava seleccionar a relação de caixa pretendida, bastando depois reduzir a pressão sobre o acelerador, sendo o esforço da embraiagem e o engrenar da mudança assegurados pelo sistema.

Ainda assim, o elemento mais marcante terá sido a suspensão, com amortecimento a cargo de um sistema de esferas capaz de garantir um conforto exemplar, e dotada de função autonivelante, que mantinha constante a altura ao solo. O condutor podia optar entre quatro níveis de altura: normal, uma um pouco mais elevada (para circulação por estradas de mau piso), e duas outras destinadas a permitir a troca das rodas em caso de furo.

Primeiro automóvel de produção em grande série a montar travões de disco, o DS contava ainda com outros pormenores invulgares, como o tejadilho em fibra de vidro (para reduzir o peso e baixar o centro de gravidade), ou as vias e pneus de diferentes medidas entre a frente e traseira, para reduzir a subviragem. Venceu vários ralis de renome internacional, como o Monte Carlo de 1959, os Mil Lagos de 1962 ou de Portugal de 1969 (pelas mãos de Francisco Romãozinho) e conheceu, naturalmente, várias evoluções ao longo da sua história, como a introdução das duplas ópticas dianteiras com faróis direcionais (que acompanhavam o movimento do volante) em 1967, ou das versões Spécial e Super em 1970, esta última já montando uma caixa de cinco velocidades.

O exemplar que, a partir de agora, pode ser admirado no Museu do Caramulo é, justamente, desta série. Um DS21 Super 5 fabricado em 1973, com motor de 2175 cc e 113 cv, caixa de velocidades totalmente automática Borg-Warner de três relações e número de châssis #4545754. Segundo as suas especificações originais, estava apto a alcançar uma velocidade máxima de 135 km/h e pesava 1244 kg.

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zyrgon