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Kia Stinger ou o anti-BMW coreano

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Kia Stinger ou o anti-BMW coreano

Apesar de desenhado em Frankfurt e desenvolvido em Nürburgring, foi nos EUA, no Salão de Detroit, que a Kia decidiu revelar a sua mais recente criação. Stinger de seu nome, é anunciado como a versão de produção do muito elogiado protótipo GT, como o Kia de produção em série mais performante de sempre e como o modelo que redefine a marca – aspirando ainda a estabelecer novas regras num segmento dominado pelos fabricantes alemães.

Com 4831 mm de comprimento, 1870 mm de largura, 1400 mm de altura e uma distância entre eixos de 2905 mm, e tendo por base uma versão mais curta da plataforma do Genesis G90 (a utilizar também pelo futuro G70), o Stinger é uma berlina de tracção traseira com cinco lugares, ligeiramente mais volumosa que um Série 3 (ou um Série 4 Gran Coupe) – com a BMW a surgir como a principal rival da marca sul-coreana neste particular, tendo em conta as aspirações dinâmicas do modelo. O design representa uma evolução directa do introduzido pelo GT, no Salão de Frankfurt de 2011, sendo marcado pelo longo capot, pela ampla distância entre eixos, pelas curtas projecções dianteira e traseira e pela generosa largura de vias, a que se junta uma elevada eficiência aerodinâmica.

Já o interior pretende combinar uma atmosfera requintada, garantida pelo recurso a materiais de qualidade superior e a um design sofisticado, com uma generosa habitabilidade (à frente como atrás) e uma elevada funcionalidade. A consola central divide-se em duas zonas fundamentais (a dedicada ao sistema de infoentretenimento e respectivos comandos, e a que inclui o sistema de climatização), o posto de condução é dominado pelo volante desportivo revestido a pele e pelo painel de instrumentos com mostradores analógicos e digitais – contando os primeiros com molduras metálicas e agulhas vermelhas. Entre estes, um ecrã TFT presta informações várias, como o computador de bordo, as definições do condutor e a navegação, a par com outras mais relacionadas com a performance, como as forças g, os tempos por volta ou a temperatura do óleo do motor.

Mas não é demais sublinhar que é no capítulo dinâmico que o Stinger melhor se distinguirá de qualquer outro Kia, ou não fosse o responsável pelo seu desenvolvimento neste particular um ex-quadro da BMW, Albert Biermann. O châssis, composto em 55% por aço de alta resistência, conta com suspensões do tipo McPherson na frente e multi-link atrás, complementadas pelo primeiro sistema de amortecimento pilotado da Kia passível de ser ajustado pelo condutor – de seu nome Dynamic Stability Damping Control e senhor de cinco modos de funcionamento: Personal, Eco, Sport, Comfort e Smart (que ajustam, ainda, o grau de assistência da direção).

Na sua especificação norte-americana, o Stinger é proposto com dois motores, ambos turbocomprimidos e combinados com uma caixa automática de oito relações, sendo a tracção integral com sistema de vectorização de binário uma opção, e o diferencial autoblocante de série nas versões de tracção posterior. Na base da oferta, nos EUA, está o quatro cilindros de 2,0 litros com 255 cv e 352 Nm; a versão de topo monta o 3.3-V6 biturbo com 365 cv e 510 Nm. Neste caso, a Kia aponta para uma aceleração 0-100 km/h cumprida em 5,1 segundos e para uma velocidade máxima na casa dos 270 km/h. A versão de acesso monta pneus de medida 224/45 em jantes de 18”, a mais possante recorre a jantes de 19” com pneus de medida 225/40 na frente e 255/35 atrás, e ainda a um sistema de travagem Brembo com discos ventilados, actuados por pinças de quatro pistões na frente, e de dois pistões atrás.

Com lançamento previsto para o final do ano, o Stinger decerto será proposto com uma oferta de motores algo diferente no mercado europeu. O 2.0 turbo de 255 cv deverá fazer parte do leque de opções, o 3.3-V6, a existir, decerto será residual no mix de vendas. E como a sua tarefa passa, em boa parte, por potenciar a imagem de marca de Kia, aumentando a sua credibilidade, é praticamente seguro contará, no Velho Continente, com uma opção Diesel (muito provavelmente a cargo do 2,0 litros de 200 cv) e uma variante híbrida plug-in aminada pelo grupo motopropulsor a esterar em breve por variante idêntica do Niro, provavelmente com um rendimento mais generoso, para fazer jus às capacidades do seu châssis e confirmar a sua vocação.

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zyrgon