Kia cee’d SW 1.6 CRDi 128 cv TX Sport Auto

A caixa automática torna a condução mais fácil, mas nem por isso muito melhor. Não é especialmente rápida nem suave

Quando se selecciona o modo desportivo da direcção, o velocímetro fica com a numeração em itálico

A camara de marcha-atrás faz parte do equipamento de série

O ecrã táctil de 4,3" é uma novidade na gama c'eed. Bem menos prático de utilizar que o anterior

As jantes de 17" não prejudicam o conforto

Os 528 litros de capacidade de bagageira estão dentro da média do segmento. A chapeleira é básica

O motor 1.6 CRDi vê as suas prestações e consumos prejudicados pela caixa automática.

Começar o ensaio ao KIA C’eed SW 1.6 CRDI Auto sem falar no preço é algo praticamente impossível, dada a descontextualização face à concorrência e até em relação à versão de caixa manual, que custa menos 5000 euros. Isto acontece porque a caixa automática eleva as emissões até às 149 g/km, ao passo que a versão de caixa manual se fica pelas 116 g/km. Em termos práticos, temos uma diferença de ISV de 3749 euros. Como o IVA incide sempre o preço com ISV, a versão automática paga mais 935 de IVA do que a versão manual. Assim, chegamos à tal diferença de 5000 euros. Por aqui se percebe que a versão de caixa automática terá sempre uma vida bastante complicada, até porque não é fácil convencer um consumidor português a despender 33 040 euros por um Kia do segmento C, com um pequeno motor Diesel. De forma a atenuar essa questão, o importador tem um vigor uma campanha de desconto no valor de 2350 euros, o que coloca o valor final nuns mais competitivos 30 690 euros. Se optar pelo financiamento da marca, o preço baixa mais 1500 euros.

O principal óbice do versão de caixa automática da c’eed sw é o seu preço elevado, atenuado pelas campanhas em vigor.

Independentemente do preço, a caixa automática de seis velocidades torna a condução do c’eed bastante mais fácil, tranquila e, em parte, confortável. Não totalmente porque a programação da mesma deixa o motor rodar em regimes elevados por demasiado tempo, com o correspondente aumento do nível sonoro a bordo. Falta também alguma suavidade nas passagens, mas nada de especialmente grave, tendo em conta a filosofia do c’eed sw. Menos desculpável é o valor de 8,9 l/100 km por nós obtido para o consumo em ciclo urbano, fruto das características da caixa automática. A velocidade estabilizada, os consumos são também um pouco acima do esperado, como provam os 6,2 l/100 km medidos a 120 km/h.

Pouco impressionantes são igualmente as prestações, que nos fazem questionar a presença dos 128 cv, que parecem ser menos. As acelerações até são boas, mas as recuperações nem por isso. Mais uma vez, a caixa de velocidades automática tem alguma influência neste ponto, já que não explora o motor da forma mais adequada. No caso de uma ultrapassagem, por exemplo, o melhor é utilizar o modo manual, de forma a minorar a lentidão da caixa e colocar o motor na faixa onde é mais forte.

Comum a todas versões do c’eed sw é o bom nível de conforto, bem aproveitado por um habitáculo bem construído e suficientemente espaçoso para transportar quatro passageiros com toda a comodidade. O quinto sofrerá um pouco com o lugar central do banco traseiro, por ser algo duro. O condutor goza de uma boa posição de condução, com regulações amplas, onde apenas há que lamentar a má pega do volante. A partir do seu lugar, o condutor pode definir a direcção para um dos três modos disponíveis, ainda que, na prática, a única diferença seja mesmo o peso da direcção. Como tal, o melhor é deixar no modo conforto, que é aquele que faz sentido num automóvel que se quer simples e fácil de conduzir. Aliás, dinamicamente, o c’eed não impressiona, pois falta-lhe alguma agilidade e precisão, estando bastante mais virado para uma condução fácil e segura.

O habitáculo não é especialmente inovador em nenhum aspecto, mas convence por uma qualidade de bom nível e pelo recheio de equipamento

Como forma de atenuar um preço algo elevado, o c’eed sw 1.6 CRDi com caixa automática apenas está disponível no nível TX Sport, onde pouca coisa falta. Há bluetooth, sensores de luz, chuva, estacionamento, camara de marcha-atrás, ar condicionado automático, cruise control, entre outros. Apesar disso, esta versão do c’eed nunca terá uma vida fácil.