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Ferrari FXX K: o hiperdesportivo-laboratório para clientes muito especiais

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Ferrari FXX K: o hiperdesportivo-laboratório para clientes muito especiais

A Forbes estima que existam 1645 bilionários – este ano juntaram-se mais 268 aos de 2013 -, mas este número parece inacreditavelmente banal quando comparado com o número de unidades do super-exclusivo FXX K, a mais recente interpretação da Ferrari daquilo que, aos olhos do mais recente projecto de desmantelamento de Sergio Marchionne, deve ser e parecer um hiperdesportivo do futuro, sem quaisquer restrições ou limitações que geralmente são impostas pela federações de desporto automóvel. Serão construídas apenas seis FXX K, as quais serão entregues aos “clientes-test drivers” depois de paga uma quantia não-especificada (seguramente acima do milhão de euros) e, claro, depois de um processo de escrutínio que determinará, como é costume nos modelos exclusivos da Ferrari, se é ou não o cliente ideal para o FXX K. Seguir-se-á, depois disso, um programa de testes com duração de dois anos, e durante os quais os clientes serão colaboradores activos.

A Ferrari considera este hiperdesportivo como uma espécie de modelo-laboratório, recorrendo à base já conhecida do FXX, mas com direito ao sistema eléctrico HY-KERS da marca (e do qual deriva a letra K da designação do FX) para elevar o débito máximo de potência para um total de 1050 cv, ultrapassando, assim, o débito do Bugatti Veyron original. O motor V12 com 6,3 litros de capacidade e uma inclinação relativa de 65 graus debita 860 cv a partir das 9200 rpm, recebeu novas árvores de cames, e válvulas com touches de activação mecânica (ao invés das de configuração hidráulica); foram ainda retirados os silenciadores do sistema de escape para melhorar o rendimento e, claro, aumentar o volume da banda sonora.

Aos 860 cv do V12 juntam-se a potência produzida pelo motor eléctrico: 190 cv a partir de uma rotação não-especificada. Mas a nova potência máxima é apenas um dos muitos pormenores do FXX K: o “manettino”, por exemplo, foi revisto de modo a traduzir a introduzir do motor eléctrico. Os quatro modos passam a ser “qualify” (máxima potência possível por um número limitado de voltas), “long run” (gestão inteligente do sistema eléctrico), “manual boost” (o KERS fica disponível a toque de botão) e, por fim, “fast charge” (regeneração acelerada de bateria).

O conjunto de pneumáticos do FXX K – totalmente “slick” e fornecido pela Pirelli -, por exemplo, é outro dos pontos revistos, passando a dispor de um sistema de monitorização constante da aceleração longitudinal, lateral e radial, bem como das mais corriqueiras temperatura e pressão.

A aerodinâmica do FXX K também foi totalmente revista. Há um novo spoiler dianteiro, de perfil duplo, e um difusor dianteiro (com um intervalo físico a meio) posicionado 30 mm do da versão convencional do FXX, aplicando-se assim um conceito proveniente da categoria GT do campeonato WEC onde a Ferrari é rainha da competição há três anos consecutivos. Além do difusor e do spolier, dois pares de elementos verticia promovem o escoamento do ar em direcção às laterais do FXX K de modo a, diz a Ferrari, gerar vortex longitudinal que promove o escoamento do ar das rodas do FXX K em direcção à zona inferior da carroçaria. Atrás, a atenção ao detalhe aerodinâmico também é elevada: a secção traseira foi re-elevada e dispõe, agora, de um spoiler dinâmico capaz de se estender na largura da carroçaria em 60 mm adicionais; além disso, apêndices aerodinâmicos reduzem o coeficiente de arrasto e aumentam a eficiência do spoiler de modo a criar ainda mais “downforce”. Tudo junto, afirma a marca italiana, resulta numa melhoria em 50% da “downforce” na configuração que do FXX K que promove baixa resistência ao arrasto aerodinâmico, resultando numa força de 540 kg passível de ser gerada a partir dos 200 km/h.

O Ferrari FXX K será oficialmente apresentada em Yas Marina no próximo fim-de-semana, o circuito de Abu Dhabi que faz parte do calendário habitual da Fórmula 1.

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Sobre o autor
Pedro Mosca