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Viva o novo ano lectivo!!!

Artigo
Viva o novo ano lectivo!!!

E já chegou mais um.

Entre os milhares de coisas boas e muito interessantes que este tema nos traz, temos também um pequeno pormenor que é uma verdadeira loucura ano após ano.

Chama-se “o transporte escolar feito pelos familiares das crianças”.

Quem pode (e muito bem), leva os seus rebentos até à escola de automóvel. Quando são muito pequenos, não é só transportar, é também entregar aos respectivos cuidadores dentro da escola, ou seja: entrar, falar, dar recados, despedir, dar abraços e beijinhos, e só então sair, entrar no automóvel e ir embora. É este o ritual diário de milhares e milhares de pessoas, por este país fora, sobretudo nas grandes cidades.

Bonito, não é? Até fico um pouco nostálgica a pensar nesta imagem.

Pronto, agora vamos para o outro lado da coisa.

A maioria das crianças entra na escola de manhã, quase todas à mesma hora. Tanto no ensino público como no privado. Por isso, é natural que as pessoas também cheguem quase todas à mesma hora às portas das escolas.

E é aqui que começa a grande confusão. Cada um que chega larga o automóvel onde quer, sempre em segunda ou terceira fila, e vai alegremente entregar a sua criança. Se está a causar um grande transtorno aos outros que por ali circulam, azar!!! Esperem, se quiserem, senão passem por cima. E caladinhos.

Muitos até retiram as crianças pelo lado onde os carros circulam, porque dá mais jeito e têm mais espaço, nem pensando no perigo em que estão a colocar os seus próprios filhos, nem no perigo que possam estar a causar a outros. Isso não interessa nada.

E se ficarem dez minutos dentro da escola, são mesmo dez minutos que o automóvel fica ali no meio da rua, a causar o caos. Mas isso, repito, não interessa nada. “Com a vida dos outros posso eu bem, certo? Pois é, meus caros, eu tenho que levar o meu filho à escola, e ninguém me tira esse direito.”

“Entupo o trânsito? Lamento.”

“É perigoso? Então, se calhar, nem saía de casa, porque perigo existe em todo o lado.”

“Podia procurar um lugar razoável para estacionar? Podia, mas não tenho tempo para isso.”

“Se eu tenho consciência e espírito cívico para poder ver que não estou a proceder bem? Tenho sim, mas faço o que toda a gente faz, se eles podem, eu também posso.”

“Fazer isto é sinal que sou pouco inteligente? Claro que não. Se existissem aqui dez lugares à porta, eu até estacionava o carro, mas como não há, o que é que querem que eu faça? Ir estacionar duas ou três ruas acima ou abaixo? Era o que mais faltava. E depois ia a pé com o meu filho, não?”

E a polícia? O que faz a polícia? Nada…

Um dia, quando alguma coisa não correr mesmo nada bem, e existir um acidente com uma criança à porta de uma escola, provocado por um comportamento destes, então, aí sim, todos numa só voz vamos lamentar muito, ficar com os olhos cheios de lágrimas e com uma profunda amargura.

Até lá, pronto, fica assim.

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zyrgon