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O futuro mais próximo

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O futuro mais próximo

Já neste espaço referi a importância das diferentes tecnologias híbridas no mundo automóvel. A ideia de ganhar mais alguns pontos percentuais na eficiência de um veículo automóvel é um elemento fundamental na redução do consumo de combustível e consequentemente na diminuição de emissões de dióxido de carbono e também de outros poluentes. O futuro passa por aqui, quer nos casos de motores a gasolina, quer de motores a gasóleo. Os veículos elétricos, no entanto, estão a ganhar terreno, com baixos custos de operação e muito mais amigos do ambiente. Os automóveis elétricos não apresentam quaisquer emissões no local e no limite até as fontes de produção da eletricidade utilizada poderão ser 100% renováveis, e portanto, exploráveis para sempre e com reduzido impacte ambiental (salvo, na maioria dos casos, o impacte associado à construção e presença das próprias infraestruturas – barragens ou eólicas, por exemplo).

O grande problema dos veículos elétricos é porém a sua autonomia – e aí entra em jogo uma solução intermédia que vai buscar o melhor de dois mundos, proporcionando um automóvel que permite uma utilização diária recorrendo à energia elétrica, mas assegurando sempre a possibilidade de viagens mais longas mas eficientes como um normal híbrido. Falamos dos chamados híbridos plug-in – isto é, automóveis com uma bateria com maior capacidade que a de um híbrido normal, mas com a presença de um motor de combustão para além de um ou mais motores elétricos.

Tive a oportunidade de conduzir híbridos plug-in e confesso que fiquei fascinado – o Toyota Prius e o Mitsubishi Outlander (espero um dia vir a testar o BMW i8…). Para o meu perfil de mobilidade, em que me desloco diariamente para a Universidade Nova de Lisboa onde trabalho, quer diretamente, quer até à estação de comboios que ainda fica a uns 10 km de casa, este tipo de veículos é mesmo o mais adequado. A autonomia apenas recorrendo à energia armazenada nas baterias e utilizando exclusivamente o motor elétrico, com velocidades até 120 km/h, vai dos 20 (Prius) aos 40 km (Outlander). A partir daí viajamos com um consumo reduzido próprio de um híbrido onde a energia da desaceleração é armazenada nas baterias e aproveitada para tração através do motor elétrico.

O futuro passa sem dúvida por este tipo de automóvel – quando os veículos elétricos ainda são demasiado dispendiosos e acima de tudo ainda não têm a autonomia desejável e o utilizador não pode ou não quer ter mais que um carro, os híbridos plug-in são a opção mais viável que várias marcas vêm com enorme potencial de produção e vendas nos próximos anos. Mais ainda, com uma taxação em Portugal que é feita com base nas emissões de dióxido de carbono dos primeiros 100 km e com os incentivos à aquisição de veículos híbridos, surpreenda-se no caso do Outlander onde, numa comparação direta com a versão a gasóleo, o preço do híbrido plug-in é praticamente idêntico. Se for comprar um automóvel proximamente, pondere um híbrido plug-in – há muitos mais aí a chegar!

Francisco Ferreira
Quercus

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