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Piloto automático

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Piloto automático

A função de condução será transferida para os nossos veículos em poucos anos, não tenhamos dúvidas. Muitos construtores automóveis estão a desenvolver pilotos automáticos, para que o tempo despendido na condução seja utilizado para outra tarefa mais produtiva e para que a ocorrência de sinistros seja substancialmente reduzida.

A Volvo está a desenvolver um teste de longa duração, que começará em 2017 nas estradas suecas, com  cem veículos equipados com o IntelliSafe Autopilot. Este sistema é apontado como um dos pilares para que sela alcançado o objetivo de ninguém morrer ou ser gravemente ferido num veículo da marca a partir de 2020 (https://www.youtube.com/watch?v=U_ZPKCSKasg).

A Audi mostrou ser possível um veículo percorrer, de forma autónoma, 550 milhas, desde Silicon Valley a Los Angeles. Nas pistas, um Audi RS7 completou uma volta no grande prémio de Hockenheim, sem condutor e a velocidades de corrida (https://www.youtube.com/watch?v=NiiGmji0bFk).

Em outubro de 2015, a Tesla lançou uma atualização do programa do modelo S, a versão 7 do software que ficou conhecida como Autopilot – o veículo gere a velocidade e a direção, podendo mudar de via de trânsito (é necessário ativar o indicador de mudança de direção) e estacionar sozinho. Em 2018, a Tesla pretende que os condutores dos seus veículos possam adormecer “ao volante” (https://www.youtube.com/watch?v=tP7VdxVY6UQ).

Embora muitas outras marcas também tenham sistemas evoluídos de cruise control adaptativos, o controlo da direção de forma eficaz distingue o modelo S dos concorrentes. Em 2020, Audi, BMW, Daimler, Ford, GM, Google, Kia, Mercedes-Benz, Nissan, Renault, Tesla e Toyota esperam vender veículos que possam conduzir-se, pelo menos, uma parte do tempo.

Qualquer destes sistemas usa câmaras, radares, sensores e o GPS que permitem que os sistemas de cruise control adaptativo, o sistema de identificação de ângulos mortos, a travagem de emergência ativa e o sistema de leitura de limites de velocidade possam controlar o automóvel, tarefas que, por exemplo, a Mercedes já aplica há vários anos em alguns modelos.

A Google tem em desenvolvimento o seu veículo, completamente autónomo, sem volante e sem pedais, e que até já se viu envolvido num acidente. Pretende que, em 2020, todos os problemas encontrados estejam resolvidos. Existem rumores de que também a Apple estará a desenvolver um veículo autónomo, recrutando engenheiros de algumas das empresas referidas.

Num futuro mais longínquo, o aumento da utilização de carros autónomos, completamente autónomos (diferente de automatizados) traria benefícios, tais como:
– Evitar colisões causadas por erros dos condutores por condução distraída, com fadiga ou agressiva;
– Melhor gestão do tráfego rodoviário e a possibilidade de aumentar os limites de velocidade para estes veículos;
– Os constrangimentos para os ocupantes (condutor) poderiam ser alterados ou retirados, dado que num veículo autónomo não interessará a idade do condutor, a sua condição física e se tem habilitação para conduzir ou não;
– O policiamento de trânsito e os prémios de seguro poderiam ser reduzidos dada a melhoria esperada na sinistralidade rodoviária.

Por outro lado, a massificação dos veículos autónomos não será fácil e poderá apresentar vários obstáculos:
– A responsabilidade colocada no fabricante do software de condução do veículo;
– Resistência dos condutores a entregar o controlo do seu veículo;
– Implementação do quadro legal e estabelecimento de regulamentos governamentais para a condução autónoma condução autónoma;
– PErda de privacidade. Questões de proteção de dados trocados entre veículos e com a infraestrutura;
– Questões éticas em que o veículo tenha que optar de entre várias trajetórias danosas para evitar uma colisão.

O ano de 2040 é apontado como o ano em que cerca de 75% dos veículos serão completamente autónomos. Será?

Ricardo Portal
Investigador de Acidentes – icollision

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Ricardo Portal