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Skoda Rapid deu a volta ao mundo há 80 anos

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Skoda Rapid deu a volta ao mundo há 80 anos

Nos anos de 1930, a Skoda celebrizou-se pelas espectaculares viagens de longa distância efectuadas pelos seus automóveis, o que também comprovava a respectiva a robustez e fiabilidade. Alexander Elstner, e a sua mulher Eva, protagonizaram dois desses inesquecíveis momentos para a marca: em 1934, num Skoda Popular 1.0 SV de 21 cv, percorretam 15 mil quilómetros ao ligar Praga a Calcutá; e, dois anos mais tarde, entre Fevereiro e Maio de 1936, o mesmo modelo levou-os a atravessar Espanha, EUA e México, numa tirada de mais de 25 mil quilómetros. Já em 1938, num Skoda Popular 1100 OHV de 30 cv, foi a vez de Alexander e Eva cruzarem toda a Argentina, até Buenos Aires, cumprindo nada menos do que cerca de seis mil quilómetros em apenas doze dias.

Pelo seu lado, em Junho de 1936, Stanislav Skulima e a sua mulher, Maria, sujeitaram o seu Rapid a um safari de dois anos em África que também ficou para a história da Skoda. Foram de Dakar ao Equador, e depois até Joanesburgo, na África do Sul; assistiram o veículo no concessionário local e seguiram até ao Cabo da Boa Esperança, daí regressando a Praga através do Egipto e do Mar Mediterrâneo, onde chegaram a 18 de Maio de 1938. No total, mais de 52 mil quilómetros percorridos!

Mas a mais célebre viagem do género realizada por um Skoda terminou há 80 anos. Às 11h55m do dia 1 de Agosto de 1936, o empresário Bretilsav Jan Procházka, e o seu co-piloto Jundrich Kubias, chegavam a Praga depois de uma volta ao mundo a bordo de um Rapid com motor 1.4 de 31 cv, modelo evoluído para a época, já com suspensões independentes e travões hidráulicos

Tudo começou, também na capital da antiga República Checa, a 25 de Abril de 1936. Partindo daí, os aventureiros atravessaram a Alemanha, Polónia, Lituânia, Letónia e várias outras repúblicas da antiga União Soviética, até chegar a Moscovo. Seguiram, então, para Baku, no Arzebeijão, tendo a equipa repousado por um dia em Kaluga, um dos locais onde, hoje, o actual Rapid é produzido, na fábrica que a Skoda detém nessa cidade russa.

Atravessado o Mar Cáspio, a equipa percorreu, então, o Irão, onde o tempo perdido com o enfrentar de uma tempestade de areia obrigou-a a completar a ligação entre Quetta, no Paquistão, e Mumbai em somente três dias, para evitar perder a ligação por ferry entre a Índia e o Sri Lanka. A aventura prosseguiu pela Malásia e por Singapura, rumando depois, por barco, via Hong Kong e Shangai, até Kobe, no Japão.

Daí, e passando por Honolulu, Procházka, Kubias e o Rapid alcançavam, finalmente, São Francisco. Mas o trio não abrandou o ritmo: após 5300 quilómetros, 100 dias e 55 minutos, os três chegavam, enfim, a Nova Iorque, batendo por mais de nove horas o recorde de então, da ligação entre as duas cidades norte-americana. Restava cumprir a etapa derradeira, que passou por Cherbourg e Paris, em França, e por Nuremberga, na Alemanha, até ao desejado regresso a praga.

No total, a viagem demorou 97 dias, mas há que salientar que 53 foram gastos em ligações marítimas e formalidades alfandegárias. O que significa que os 27 700 quilómetros percorridos por estrada, ao longo de quinze países e três continentes (Europa, Ásia e América do Norte), foram cumpridos em 44 dias – o que se traduz numa média diária de 630 quilómetros, ilustrativa da invulgar robustez do Rapid dessa época. E convém não esquecer que, nesses tempos, o todo-o-terreno fazia, obrigatoriamente, parte do desafio, já que a rede viária era maioritariamente composta por estradas de gravilha. Para a história ficam, ainda, outros registos: a etapa mais longa teve 1000 quilómetros, a mais curta apenas 50; durante todo o percurso foram gastos 54 litros de óleo e consumidos 2820 litros de combustível, o que representa uma média de consumo de 10,2 l/100 km – nada mau para um automóvel de 1936.

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zyrgon