CompararComparando ...

TAG Heuer Formula 1

Artigo
TAG Heuer Formula 1

Extremamente desportiva e de preço mais acessível, a linha Formula 1 ajudou a consolidar o mito da TAG Heuer nos anos 80. Quase trinta anos depois, surge completamente redesenhada e com novas motorizações – mas com o mesmo espírito descontraído e desportivo de sempre. Fomos experimentar os novos modelos e fotografá-los no pulso.

Desde os seus primórdios que a TAG Heuer encarou o desporto como um parceiro privilegiado e inspirador. Essa filosofia tomou uma nova dimensão com a associação a desportos motorizados a partir da década de sessenta, período em que os principais ícones da marca foram nascendo sob a batuta de Jack Heuer – como o Autavia, o Carrera e o Monaco. Mas se esses míticos modelos foram especialmente inspirados por rallis ou nas corridas de grande turismo, o acentuar da ligação da famosa marca helvética à lendária escuderia italiana Ferrari no âmbito da Fórmula Um deu origem a uma linha extremamente colorida e particularmente desportiva em 1986 – com mecanismo de quartzo e caixa de aço conjugado com plástico e bracelete também de plástico. Quase 30 anos depois, a TAG Heuer anuncia uma reformulação completa do Formula 1… e, aquando da apresentação dos novos modelos à imprensa portuguesa, fomos fazer um test drive a alguns dos novos modelos.

O Formula 1 original foi lançado em 1986; havia várias cores disponíveis

O Formula 1 original foi lançado em 1986; havia várias cores disponíveis

E é óbvio que a nova geração dos Formula 1 representa um corte com o passado. Pelo menos, com os coloridos relógios da linha Formula 1 tal como os conhecíamos quando surgiram em 1986 para se tornarem num fenómeno de popularidade e um sucesso de vendas – não só para os jovens que compravam o primeiro relógio de uma marca suíça de prestígio a um preço mais acessível, mas também para os aficionados com vários relógios, que desejavam um modelo complementar que pudesse ser utilizado em momentos de lazer ou actividades mais radicais. Os Formula 1 originais eram feitos em material termoplástico com um revestimento de fibra de vidro e dotados de movimentos de quartzo simples e fiáveis. Ah… e eram muito garridos! A geração seguinte do Formula 1 também iria investir nas cores, sempre tão omnipresentes no automobilismo para distinguir as diferentes escuderias, mas trouxe igualmente com ela tons mais sóbrios…

Depois de se ter deixado de fabricar no início da década de 1990, o Formula 1 regressou em 2004 com maior variedade; a TAG Heuer mergulhou no seu passado para recuperar o conceito do modelo original e redefini-lo para o adaptar às exigências do novo milénio… com a curiosidade adicional de a renovação ter tido as empenhadas sugestões de Kimi Räikönen, o menino-prodígio da McLaren-Mercedes que então surpreendia o mundo da Fórmula Um com a sua condução audaz. E a linha Formula 1 apresentava-se desportivamente radical, tal como Kimi. Assumia-se como o relógio mais desportivo jamais concebido pela TAG Heuer, construído para o estilo e para a velocidade, ideal para o fim-de-semana, para o esqui, para o surf, para o parapente, para os karts ou para a vela. A luneta giratória unidireccional, que era de plástico no modelo original de 1986, passou a ser de aço coberto de titânio escurecido, e as protecções coloridas em poliuretano na maior parte dos modelos destinavam-se a proteger a coroa de qualquer choque. Para além de várias outras melhorias e de novos tamanhos, a linha Formula 1 passou também a ter algumas versões com cronógrafo e outras com alarme. E uma edição limitada com as cores nacionais dedicada aos embaixadores da marca em Portugal, que foi muito bem recebida pelo público!

O modelo Formula 1 Racing Team criado para Portugal

O modelo Formula 1 Racing Team criado para Portugal

Várias dessas versões do Formula 1 ainda constam do catálogo actual da TAG Heuer e vão continuar a ser comercializadas, coabitando durante algum tempo com os novos modelos… que surgem com uma estética manifestamente diferente. Apesar de haver elementos de estilo inspirados nas duas gerações anteriores, a arquitectura da caixa corta com o passado do Formula 1 ao mesmo tempo que se aproxima um pouco da caixa do Autavia de 1969 que foi reeditado entre 2002 e 2003 – embora o Formula 1 não tenha a mesma sofisticação de acabamentos, até porque essa reedição do histórico Autavia se apresentou num patamar de preço bem mais elevado. Aqui está ela:

A reedição teve duas versões, reminiscentes do ‘Orange Boy’ (na imagem em cima: mostrador preto, detalhes laranja) e do ‘Jo Siffert’ (mostrador branco, detalhes azuis). Na verdade, a caixa ligeiramente tonneau do novo Formula 1 é ainda mais parecida com o Autavia original… embora o mostrador não apresente a disposição bicompax com totalizadores contrastantes às 3 e 9 horas e data às 6, como se pode ver aqui em baixo na histórica edição denominada ‘Jo Siffert’, em honra do malogrado piloto suíço de Formula Um que Jack Heuer tornou primeiro embaixador da marca. Claro que a coroa está do lado esquerdo da caixa, em virtude da arquitectura peculiar do lendário Calibre 11 (vulgo Chronomatic) utilizado na altura.

O objectivo da TAG Heuer na reconfiguração da linha Formula 1 teve sobretudo a ver com a necessidade de criar uma sólida linha de relógios mecânicos com boas características técnicas (vidro de safira anti-reflexo, estanque a 200 metros, coroa de rosca) que lhe permitisse ser competitiva face à concorrência no escalão dos 1000 aos 2750 euros. Essa intenção já estava patente quando a anterior geração do Formula 1 começou a incluir alguns modelos automáticos – incluindo versões dotadas de um calibre cronográfico automático. Os novos modelos investem em movimentos automáticos mas com um nível geral de acabamento superior, tanto na caixa como no mostrador tricompax (três submostradores), sem esquecer a qualidade da bracelete.

Os novos Formula 1 dotados da nova caixa que foram apresentados esta semana no Hotel Tivoli em Lisboa são exclusivamente automáticos e no topo da gama surge o Formula 1 Calibre 16 Chronograph, declinado numa versão em aço ou numa versão em aço revestido a carboreto de titânio que lhe dá um visual negro especialmente racing.

Versão negra do Formula 1 Calibre 16 Chronograph com bracelete de cauchu

Versão negra do Formula 1 Calibre 16 Chronograph com bracelete de cauchu

Ambas as versões incluem uma frequente combinação de cores da TAG Heuer nos seus modelos inspirados no desporto automóvel: mostrador preto e detalhes a vermelho. A luneta, com escala taquimétrica, é fixa e o diâmetro condiz com a sua vocação desportiva: 44 milímetros. O facto de as asas serem pequenas permite que o tamanho se adeque até a pulsos médios e pequenos..

A acompanhar o Formula 1 Calibre 16 Chronograph, na apresentação do Hotel Tivoli esteve o Formula 1 Calibre 6, disponível em três variantes em aço com caixa de 41 milímetros e com a mesma estanquidade até 200 metros de profundidade: a tal versão negra revestida de carboreto de titânio já visto no cronógrafo, e dois modelos em aço (mostrador preto ou mostrador branco) com pequenos segundos às 6 horas. Aqui fica o wristshot da versão Full Black do Formula 1 Calibre 6:

Não podemos deixar de mencionar as novas braceletes de cauchu perfurado que acompanham as versões Full Black e que podem ser adquiridas em alternativa à bracelete em aço para serem utilizadas nos outros modelos: têm um cheiro muito específico – o da competição automóvel! É difícil descrever esse odor por palavras, só mesmo cheirando-as ao vivo é que podemos aferir a sua singularidade… Digamos que cheiram a boxes de Fórmula Um e não a baunilha, como sucede na esmagadora maioria das braceletes em cauchu do mercado.

Após a apresentação dos primeiros modelos em 2014, a nova geração do Formula 1 será alargada em 2015 com o Formula 1 Calibre 5 de segundos ao centro, modelos GMT com segundo fuso horário e também variantes de quartzo tanto em relógios de três ponteiros como em cronógrafos. E, quem sabe, talvez surja um Formula 1 em edição limitada especialmente dedicado ao seu novo embaixador Cristiano Ronaldo! Como foi possível constatar, foi operada uma verdadeira revolução numa das linhas mais emblemáticas da TAG Heuer – e vai ser muito interessante ver os próximos desenvolvimentos do modelo mais desportivo da coleção da famosa marca de relógios desportivos.

Texto: Miguel Seabra

 

Qual é a sua reação?
Excelente
0%
Adoro
100%
Gosto
0%
Razoavel
0%
Não gosto
0%
Sobre o autor
zyrgon