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Automóveis do passado: Renault 16

Artigo
Automóveis do passado: Renault 16

Cumpre-se em 2015 o 50º aniversário do Renault 16, modelo que em 1965 se revelou inovador para a marca gaulesa, sobretudo em termos de desenho, que aliava linhas elegantes a um lado prático e funcional.

As linhas do Renault 16 foram uma obra conjunta de Philippe Charbonneaux e de Gaston Juchet. Como este último, além de designer era também engenheiro de aerodinâmica, o presidente da Renault à época, Pierre Dreyfus, encarregou-o da concepção estética do Renault 16.

Assim nasceu o Projecto 115, liderado por Yves Georges do lado da engenharia e por Gaston Juchet no desenho. Durante quatro anos, as equipas da Renault conceberam uma arquitectura inédita, que acolheu numerosas inovações técnicas sob um design funcional. À margem do projecto foi, ainda, estudado o desenvolvimento de um coupé, mas este estudo seria abandonado por questões de rentabilidade.

No cruzamento dos universos das berlinas e dos veículos comerciais, o Renault 16 oferecia uma polivalência de utilização absolutamente inédita para a época. A bagageira dispunha de quatro diferentes configurações graças ao banco traseiro deslizante, rebatível e amovível. Os bancos adaptavam-se a todos os tipos de utilização: desde a instalação de uma cadeira para criança, a uma posição de repouso e mesmo uma posição cama.

Soluções técnicas inovadoras

O Renault 16 marcou também o seu tempo pelo comportamento dinâmico muito elogiado na época, além de se destacar pela colocação dos motores em posição central dianteira. Grande parte dos motores e a caixa de velocidades eram produzidas em alumínio, uma inovação no mercado Europeu. Confirmando a sua importância, o Renault 16 viria a ser galardoado com o prémio de Carro do Ano de 1966, à frente do…Rolls-Royce Silver Shadow!

Em 1968, a versão TS – de Tourisme Sportif – introduziu novos equipamentos funcionais como o vidro traseiro com desembaciamento, os faróis adicionais de iodo, os limpa pára-brisas com duas velocidades e quatro jactos e o retrovisor interior com regulação dia/noite. Em 1969 são introduzidos os faróis de marcha-atrás, os vidros dianteiros eléctricos, o tecto de abrir de comando eléctrico e os estofos em couro.

Ao longo da sua carreira de 15 anos, o Renault 16 foi alvo de diversas evoluções, destacando-se o aparecimento da fase 2, em 1971. Comercializado originalmente com um motor de 1470 cm3 de 55 cv, a gama foi enriquecida, em 1968, com um motor de 1565 cm3 de 85 cv. Em 1969, o Renault 16 estreou a primeira caixa de velocidades automática de origem francesa. E se, no início, esta apenas estava disponível no R16 TA (de Transmission Automatique), a partir de 1972 passou a ser uma opção disponível em todos os motores da gama. De 1973 e até ao fim da carreira, em 1980, o Renault 16 recebeu um motor de 1647 cm3 de 93 cv, para a versão TX, capaz de o impulsionar a uma velocidade máxima, em circuito, de 175 km/h.

Ao longo do seu período de comercialização, foram produzidos quase dois milhões de exemplares (1 851 502), principalmente na fábrica de Sandouville, que foi especialmente construída para a produção deste modelo. O Renault 16 foi ainda um modelo fulcral no crescimento da Renault fora da Europa. Quase metade das suas vendas foram realizadas nos mercados fora da Europa, entre os quais os Estados-Unidos da América, através de uma versão específica desenvolvida para aquele mercado.

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Sobre o autor
Pedro Junceiro