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Bristol celebra 70 anos com novo Bullet

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Bristol celebra 70 anos com novo Bullet

Um dos mais reputados fabricantes de aviões do seu tempo, tendo chegado a empregar 50 mil pessoas, a Bristol construiu o seu primeiro automóvel em 1945, em colaboração com a Frazer-Nash e a BMW – chamava-se Bristol 400. Desde que, em 1947, foi fundada a Bristol Cars Limited, os seus modelos foram sempre caracterizados pelo luxo e pela exclusividade, combinados com a inovação tecnológica e com um posicionamento comercial invulgar – a marca sempre foi bastante avessa a publicidade, e o seu único stand está situado em Kensington, no centro de Londres.

Outro facto que sempre contribuiu para a exclusividade dos Bristol foram os seus reduzidos volumes de produção, não obstante serem bastante queridos de algumas celebridades do mundo do espectáculo, nomeadamente britânicas. Só que uma baixa produção só se pode traduzir em vendas igualmente baixas, pelo que, em Março de 2011, a Bristol suspendeu a sua actividade e dispensou os seus 22 trabalhadores, tendo os destinos da empresa sido entregues a uma administração judicial.

Logo no mês seguinte, a Kamkorp (do empresário indiano Kamal Siddiqi) adquiriu a Bristol, e juntou-a à Frazer-Nash, que já fazia parte do seu portfólio, colocando as duas empresas no mesmo grupo. A Bristol vinha dedicando-se, desde então, essencialmente, à manutenção, recuperação restauro e comercialização de modelos do seu passado. E foi nessa altura que os seus novos proprietários descobriram, abandonado na velha fábrica da marca, o protótipo de um speedster que decidiram utilizar para recuperar aquilo que fez desta uma marca muito sui generis.

Foi assim que nasceu o Projecto Pinnacle, dado a conhecer em 2015, e em que se prometia, para o final de Julho de 2016, a revelação do primeiro modelo da Bristol desde 2011, e o respectivo lançamento em 2017, para coincidir com a comemoração do 70º aniversário da marca. A primeira parte do plano está já cumprida: acaba de ser revelado o Bullett, um automóvel a produzir artesanalmente em Chicester, e cuja estética visa ilustrar os pergaminhos da marca, com os guarda-lamas, a grelha e o capot a remeterem para as suas origens aeronáuticas.

A carroçaria é composta por painéis em fibra de carbono, o interior acompanha os mais modernos padrões, contando com um sistema de infoentretenimento com ecrã táctil, rádio digital, ligação para smartphones, ligações Bluetooth e Wi-fi, e um sistema de navegação que até conta com um botão especifico para acesso directo às coordenadas do stand londrino da Bristol. O luxo é assegurado, entre outros, pelo tablier que conjuga a clássica madeira com fibra carbono, e que, em opção, pode ser integralmente revestido a fibra de carbono. A montagem artesanal é outros dos elementos em destaque, dos revestimentos interiores à pele que envolve  os bancos desportivos.

Com 4200 de comprimento, 1860 mm de largura, 1200 mm de altura, uma distância entre eixos de 2553 mm e um peso de 1100 kg, o Bullet é animado por um motor 4.8-V8 atmosférico proveniente da BMW (e posteriormente afinado pelos técnicos da Bristol), podendo ter acoplada uma caixa manual ou automática, também de origem BMW. Disponibilizando 370 cv e 490 Nm, este V8 permite ao modelo alcançar 250 km/h de velocidade máxima e cumprir os 0-100 km/h em 3,8 segundos, e foi baptizado como Hercules, em homenagem ao lendário motor radial Bristol Hercules de 14 cilindros e 1300 cv.

Para o futuro da Bristol poderá ser determinante a inevitável electrificação – ou não fossem as soluções de mobilidade eléctrica, nomeadamente para os sectores industrial e dos transportes, uma das principais actividades da Frazer-Nash, uma das mais dinâmicas e importantes empresas do grupo Kamkorp.

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zyrgon