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E se fossem quedas de aviões?

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E se fossem quedas de aviões?

Os últimos dias foram férteis em referências à importância da segurança rodoviária, designadamente quanto à assunção de medidas no combate aos fatores de insegurança, aos fatores de risco, pese embora a existência do PENSE 2020.

A responsabilidade de tal facto é, quase exclusivamente, da profusa divulgação pública do estudo que o Observatório ACP nos trouxe, com o título “Condutor Português”. O estudo, apoiado na realização de 6560 inquéritos feitos entre abril e junho de 2017, a maiores de 18 anos e possuidores de carta de condução, maioritariamente residentes nos concelhos de Lisboa e Porto., é interessante e aborda, no que respeita aos comportamentos, temas como o álcool e a condução, o uso de telemóveis ao volante e a fiscalização da velocidade praticada.

Chocados com a utilização do telemóvel ao volante, 53% dos inquiridos disse nunca o ter usado.  47% de condutores ao telefone é demasiado. O sono ao volante, afetou 19% dos inquiridos. Ou seja, nesta amostra, 1312 pessoas já perderam momentaneamente ao volante, por tempo indeterminado, a capacidade de dirigir o seu veículo. Mas é metade destas mesmas 6560 pessoas que considera que os ciclistas estão mal preparados para circular na via pública. A instalação de radares junto às escolas colhe 90% das opiniões concordantes. E fora destes locais ou se se tratar de equipamentos móveis das Forças de Segurança?

Enfim, um estudo interessante. Na sequência da apresentação do estudo, o senhor Secretário de Estado da Proteção Civil anunciou publicamente que o governo pondera a utilização de aeronaves tripuladas e não-tripuladas para controlar velocidade, face aos dados disponíveis relativos à sinistralidade que em 2017 se agravou, tendência infelizmente constatada há mais tempo noutros países da EU.

Em 2017, números ainda provisórios, mais de 500 pessoas perderam a vida e 2181 ficaram gravemente feridas. Todos os registos aumentaram. Ou seja, o que muitos pensaram estar perfeitamente consolidado, correspondendo à descida consistente de mortos e acidentes, revelou-se terreno pouco seguro. Mais de 500 vidas perdidas na estrada

A capacidade máxima de transporte de um avião Airbus A320 é de 220 passageiros. O ano passado caíram em Portugal, pelo menos dois e não deixaram sobreviventes. Outros 10 provocaram feridos com gravidade. Alguns destes passageiros não voltarão a ser autónomos.

E se fossem realmente aviões?

João Carlos Redol Lourenço da Silva
Comandante da Unidade Nacional de Trânsito da GNR

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