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Lotus Evija: hiperdesportivo eléctrico com 2000 cv para 130 privilegiados

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Lotus Evija: hiperdesportivo eléctrico com 2000 cv para 130 privilegiados

“Escoltado” por uma caravana de modelos históricos e contemporâneos da Lotus, todos de cor amarela, foi oficialmente apresentado em Londres o muito aguardado Evija. Um verdadeiro marco quer para a marca fundada em 1948 por Colin Chapman, quer para a própria indústria: primeiro hiperdesportivo da Lotus; o mais poderoso automóvel de produção em série de sempre (2000 cv de potência); primeiro Lotus a contar com uma motorização electrificada; primeiro Lotus totalmente eléctrico; primeiro Lotus desenvolvido após a aquisição da marca por parte dos chineses da Geely; primeiro hiperdesportivo britânico totalmente eléctrico; o mais leve hiperdesportivo eléctrico do mercado (1680 kg), atributo em boa parte garantido pelo seu ultraleve châssis monocoque em fibra de carbono, o mesmo material em que é construída a carroçaria.

Concebido e desenvolvido na sede da Lotus, em Hethel, onde também será produzido, já a partir de 2020, numa série limitada a não mais do que 130 exemplares (evocação do nome de projecto do modelo: Type 130), o Evija, promete cumprir os 0-100 km/h em menos de 3,0 segundos e superar os 340 km/h de velocidade máxima. O pack de baterias, montado em posição central, assegurará não só um desempenho dinâmico consonante com os pergaminhos do fabricante britânico, como uma autonomia de 400 km. O preço é de 1,9 milhões de euros antes de impostos, e o Evija pode ser já encomendado através do site www.lotuscars.com, devendo os interessados, para o efeito, avançar com um depósito inicial de cerca de 275 mil euros.

Com 4459 mm de comprimento, 2000 mm de largura, 1122 mm de altura, 105 mm de altura ao solo e uma estética marcante, inspirada na indústria aeronáutica, o Evija inaugura uma nova linguagem de design para a Lotus, a aplicar, também, nos seus futuros modelos de altas prestações. A aerodinâmica, por seu turno, levou em especial linha de conta as soluções utilizadas nos protótipos de Le Mans para garantir uma excepcional downforce, merecendo aqui destaque as condutas com efeito Venturi aplicadas em ambos os extremos traseiros da carroçaria, cada qual emoldurada por uma faixa de LED de cor vermelha, assim como o sofisticado splitter dianteiro biplano tripartido, com a secção central a canalizar o ar para o pack de baterias montado logo atrás dos bancos, e as secções laterais a garantirem a refrigeração do trem eléctrico frontal. De referir que toda a iluminação exterior, fornecida pela Osram, é por laser.

Primeiro Lotus a recorrer a um châssis totalmente em carbono, construído numa peça única e pesando não mais do que 129 kg, para garantir uma rigidez referencial, todo o seu fundo foi concebido para garantir uma elevada downforce, incluindo um difusor integrado que se prolonga dos pilares centrais até à traseira. Do lote de atributos do Evija fazem ainda parte o deflector traseiro activo e o sistema DRS ao estilo da Fórmula 1 (ambos são automaticamente activados no modo de condução Track mais desportivo, podendo ser manualmente accionados nos modos , City, Tour e Sport), bem como as câmaras de vídeo integradas nos guarda-lamas dianteiros e no tejadilho, destinadas a substituir os tradicionais retrovisores, e cujas imagens por si captadas são projectadas em três ecrãs distintos instalados no cockpit.

Como não será de estranhar, o interior, para dois ocupantes, foi nitidamente inspirado na competição, ao mesmo se acedendo através das portas com abertura em ângulo diedro e sem puxadores exteriores, operadas através do comando à distância. Num habitáculo com muita fibra de carbono propositadamente à vista, são dignos de menção as baquets em carbono revestidas artesanalmente a Alcantara, totalmente reguláveis (tal como a coluna de direção) e opcionalmente dotada de cintos com quatro pontos de fixação; o volante revestido a Alcantara (opcionalmente em pele) semelhante ao de um Fórmula 1 ou ao de um LMP1; o ecrã de bordo, através do qual é prestada toda a informação ao condutor; ou a consola central flutuante onde estão colocados os comandos acessórios, na forma de botões sensíveis ao toque.

Desenvolvido pela Williams Advanced Engineering, o grupo motopropulsor visa disponibilizar 2000 cv de potência, e um binário máximo de 1700 Nm, para tal contando com uma bateria de iões de lítio com 70 kWh de capacidade e 2000 kW de potência, segundo a Lotus a mais leve, e com maior densidade energética, alguma vez montada num automóvel destinado à via pública – estando prevista, no futuro, a possibilidade de ser facilmente trocada por uma ainda mais adaptada a uma utilização em circuito. Cada um dos motores eléctricos principais, fornecidos pela Integral Powertrain, anima o seu próprio eixo, assim se garantindo a tracção integral, sendo a potência transmitida a cada semi-eixo, logo, a cada roda, através de uma engrenagem planetária com motor eléctrico e inversor integrado, cada qual com 500 cv de potência.

Para um desempenho dinâmico de excepção, o Evija dispõe de jantes em magnésio (20” na frente, 21” atrás) revestidas por pneus Pirelli Trofeo R; de um sistema de travagem AP com pinças em alumínio forjado e discos carbocerâmicos; de uma suspensão com três amortecedores por roda, fornecida pela Multimatic; de um evoluído controlo electrónico de estabilidade; e de um sofisticado sistema de vectorização de binário que, em fracções de segundo, ajusta a potência a transmitir a qualquer combinação de duas, três ou quatro rodas, tendo mesmo, no modo de condução Track, a capacidade de incrementar a que é fornecida a uma roda individualmente, para aumentar a agilidade em curva. Neste mesmo modo Track, é possível conduzir o Evija “a fundo” durante, pelo menos, sete minutos – sendo, depois, necessário recarregar a bateria, através do que é anunciado como o mais potente sistema de carregamento do mundo, que pode funcionar num máximo de 800 kW, o que permitirá efectuar uma recarga total em nove minutos, assim estejam comercialmente disponíveis carregadores que o assegurem. Com os carregadores mais potentes actualmente disponíveis, de 350 kW, doze minutos será o necessário para repor 80% da carga, e dezoito minutos para uma carga total.

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zyrgon