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Novo Kia Ceed em Portugal em Julho desde €18 440

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Novo Kia Ceed em Portugal em Julho desde €18 440

 

 

Prestes a iniciar a sua comercialização em Portugal, o novo Ceed foi originalmente lançado em 2007, ainda enquanto cee’d, e se o acrónimo que lhe dá nome foi agora actualizado, mantém-se o respectivo significado: Community of Europe with European Design. O que, só por si, confirma ser esta uma proposta determinante para a operação e expansão da marca sul-coreana no Velho Continente – concebido, desenvolvido e produzido na, e para, a Europa, é, historicamente, o Kia mais vendido em solo europeu, tudo apontando para que a situação se mantenha, pelo menos num próximos tempos (já em Portugal conquistou 16 mil clientes, sendo o segundo Kia mais vendido, atrás do Rio, embora o Stonic só não seja candidato a tal porque a produção não tem chegado para as encomendas, por isso se prevendo, neste particular, uma renhida luta a três em 2019).

Contudo, para esta nova geração, e como este é um modelo que concorre num segmento que tem vindo a sofrer importante mutações nos últimos tempos, a Kia também decidiu operar algumas alterações na gama. Como, a nível global, no segmento C, 48% das vendas são asseguradas por SUV/crossovers, 24% por carroçarias de dois volumes e meio e 12% por carrinhas (em Portugal, 40% por hatchback, 28% por SUV  e 26% por carrinhas), a oferta do Ceed passa a incluir um hatchback (cujo formato não deixa de fazer lembrar modelos como o Audi A3 Sportback), uma carrinha, uma Shooting Brake e um “CUV”, assim desaparecendo a variante de três portas.

Neste ponto, e antes de passar a uma análise mais detalhada do Ceed hatchback, a primeira configuração de carroçaria a chegar ao mercado, algumas notas sobre as restantes. Com lançamento aprazado para Outubro, a nova, e muito elegante, Ceed SW cresceu 95 mm em comprimento (4600 mm) e conta com uma projecção traseira 115 mm mais comprida, o que se traduzirá num aumento de 97 litros da volumetria da bagageira, a variar entre 625-1694 litros. Por outras palavras, passa a ser a maior da classe, e até mais ampla do que a de vários modelos do segmento acima, contando com banco traseiro com rebatimento na proporção 40/20/40 (o qual pode ser feito de forma remota, através de manípulos existente para o efeito nos painéis da bagageira), um opcional portão elétrico com operação “mãos-livres” e diversas soluções para arrumação e fixação de bagagens (duplo piso, rede divisória, rede de fixação e calhas no piso da mala, entre outras).

Já a Ceed Shooting Brake, o primeiro modelo do género proposto por um construtor generalista, será revelada no Outono, no Salão de Paris, com vista ao seu lançamento comercial no início 2019 – antevendo-se que a ousadia do conceito, e a qualidade do design, sejam dois argumentos de peso num modelo que, não obstante o estilo, garante nada perder em termos de funcionalidade, em boa parte devido a uma volumosa mala. Por fim, o ano de 2019 é o mesmo em que será revelada, igualmente, uma derivação do novo Ceed mais polivalente e aventureira, com que a Kia também promete surpreender.

Mas voltemos ao que mais interessa para já, e que é a quarta geração do Ceed. Um automóvel integralmente novo, assente na nova plataforma K2 (graças a um aumento exponencial do recurso ao aço de alta resistência, é 23kg mais leve do que a anterior K1), e que conta com uma gama de motores, também, quase totalmente nova. Não que as suas dimensões exteriores o indiciem de imediato: a distância entre eixos de 2650 mm mantém-se, o comprimento total de 4310 mm também não sofreu alterações de maior, sendo, neste capítulo, de referir o aumento da largura em 20 mm (para 1800 mm) e a redução da altura em 23 mm (para 1447 mm), a par de uma projecção traseira 20 mm mais longa, e dianteira 20 mm mais curta.

Esta redefinição das proporções exteriores proporciona, desde logo, um estilo mais agressivo e dinâmico, reforçado por elementos de design já típicos do Ceed, combinados com outros oriundos do referencial Stinger. Em destaque, os grupos ópticos dianteiros e traseiros por LED (de série ou em opção, consoante as versões e níveis de equipamento); as luzes diurnas por LED evocativas dos característicos faróis de nevoeiro em forma de cubo do cee’d GT da anterior geração, mas aqui integradas nas ópticas frontais; a grelha do tipo “Tiger Nose”; a tomada de ar dianteira de maiores dimensões; e as linhas menos arredondadas, e com mais arestas – tudo concorrendo para conferir ao modelo uma imagem mais atlética e, indubitavelmente, cada vez mais próxima dos gostos europeus.

A já referida reformulação das dimensões exteriores permitiu, ainda, melhor aproveitar o já de si abundante espaço disponível interiormente, onde quatro adultos viajam com evidente desafogo e comodidade – seja o passageiro dianteiro, sejam os traseiros, que usufruem do mais generoso espaço para pernas da categoria, segundo a Kia. A capacidade da mala aumentou 15 litros (variando, agora, entre 395-1291 litros), passando a ser a segunda maior do segmento, só batida pela do Peugeot 308, que é, de longe, um dos modelos menos dotados em termos de habitabilidade traseira.

Mas há mais para conhecer no habitáculo do novo Ceed. A qualidade dos materiais coloca o compacto sul-coreano num patamar cada vez mais próximo das referências da classe nesta matéria, a ergonomia também foi aperfeiçoada e o posto de condução convida a viajar e a desfrutar de bons momentos ao volante, por via da consola central orientada no sentido do condutor, das variadas regulações do banco e da coluna de direcção, e da boa colocação do ecrã “flutuante” para comando do sistema de infoentretenimento.

Para alcançar tal desiderato, o novo Ceed também volta a recorrer ao esquema de suspensões totalmente independentes, do tipo MacPherson na frente e Mutilink atrás, reafinadas para se adequarem ainda melhor às estradas e aos condutores europeus. As molas são 40% mais firmes na frente e 10% menos firmes atrás; a barra estabilizadora dianteira é 22% menos firme e a traseira, de nova concepção, perdeu 14% de firmeza; e o camber do eixo dianteiro foi aumentado. Ao mesmo tempo, a direcção é 17% mais directa e passa a ser possível encomendar o Ceed com pneus Michelin Pilot.

Quanto a motores, em Portugal, a gama é integralmente composta por unidades turbocomprimidas com injecção directa de combustível e filtro de partículas, dado que nosso país não será comercializado o propulsor 1.4 MPI de 100 cv. Em qualquer dos casos, a caixa de velocidades, de série, é sempre manual de seis relações, embora para as derivações mais potentes da oferta a gasolina e Diesel esteja disponível, em opção, a caixa pilotada 7DCT de dupla embraiagem e sete relações, acompanha do selector dos modos de condução com as opções Normal e Sport.

Assim sendo, na base da oferta está o três cilindros 1.0 T-GDi de 120 cv e 172 Nm, seguindo-se-lhe o novo 1.4 T-GDi de 140 cv e 242 cv. Embora o seu rendimento seja o mesmo da anterior geração, o Ceed é o primeiro Kia a fazer uso da nova geração U3 de motor a gasóleo, onde pontificam duas derivação 1.6 CRDi, uma com 115 cv e 280 Nm, a outra com 136 cv e 280 NM (320 Nm com caixa DCT). Em Janeiro de 2019 chegará a versão GT, com motor 1.6 de 200 cv; no decorrer do próximo ano será introduzida, igualmente, a tecnologia híbrida mild hybrid de 48 Volt, com motor de arranque e gerador integrados, no motor CRDi, que posteriormente se estenderá às unidades T-GDi, para maior compatibilidade ambiental.

Num primeiro contacto com o novo Kia Ceed em terras algarvias, onde decorreu a sua apresentação à imprensa internacional, e de forma algo surpreendente, em face da já referida maior firmeza das ligações ao solo, o novo Ceed “pisa” particularmente bem, superando com inegável competência as irregularidades do asfalto, algo que, em conjunto com a melhor filtragem das vibrações, e um isolamento acústico notoriamente mais eficiente, garante um elevado nível de conforto na generalidade das circunstâncias. Nesta área, há, contudo, a referir um ruído de rolamento mais presente no habitáculo quando equipado o veículo com pneus Michelin Pilot Sport.

O outro lado desta moeda são os benefícios que este equipamento pneumático proporciona em termos de competência dinâmica, assim reforçando o óptimo binómio eficácia/conforto oferecido pelo novo Ceed. Muito previsível, e com reacções sempre bastante honestas não enjeita uma condução mais empenhada, permitindo, até, desligar o controlo electrónico de estabilidade em duas fases para uma maior agilidade, e um outro divertimento ao volante, pese embora, quando os limites se afloram de forma mais evidente, o sistema acabe sempre por intervir para recolocar tudo no seu devido lugar, acabando por castrar as pretensões dos mais afoitos.

Quanto aos motores, o 1.0 a gasolina cumpre com brio a sua missão, embora o escalonamento longo da transmissão (a velocidade máxima alcançada em quarta relação dificilmente se supera em quinta se as condições forem pouco menos do que ideais – ausência de relevo e vento desfavoráveis –, e menos ainda em sexta) obrigue, em situações mais exigentes, um recurso à caixa mais frequente do que o desejável. Ainda assim, as acelerações não deixam de ser interessantes, menos as recuperações, mas sendo possível registar valores de consumos muito interessantes numa utilização convencional – a que há que juntar um funcionamento bastante suave e silencioso.

O 1.4 T-GDi é, naturalmente, mais pujante, ainda que seja de prever que a procura pelo menos no mercado português seja pouco mais do que residual, em especial quando combinado com a rápida caixa 7DCT, como acontecia com a unidade que tivemos oportunidade de conduzir. Há o 1.6 CRDi de 136 cv oferece prestações de bom nível e consumos bastante comedidos, e relevou-se ainda mais “redondo” do que na anterior geração, tudo isto sem deixar de registar um bom desempenho também em termos de ruído e suavidade de funcionamento.

À venda em Portugal já no início de Julho, a gama do novo Ceed articular-se á em torno de três níveis de equipamento, embora o muito apetecido GT Line (o preferido dos portugueses na actual geração) só esteja disponível a partir do início de 2019. Mesmo no mais acessível SX, a aposta num recheio generoso é evidente, incluindo o mesmo o alerta de colisão frontal; o assistente à manutenção na faixa de rodagem; o alerta de condução do condutor; o assistente de máximos, as jantes em liga de 16”; o sistema de infoentretenimento com ecrã de 7” e ligações Android Auto e Apple CarPlay; e o voalnte em pele. A isto o nível TX acrescenta  o carregamento por indução para smartphones; o sistema de infoentretenimento com ecrã de 8” e navegação; as jantes de 17”; os estofos em pele e tecido; o acesso  e arranque sem chave; e os farolins traseiros por LED.

Entre as principais opções, menção para os faróis integralmente por LED; para o sistema de som JBL; para os packs de segurança ADAS e ADAS Plus; e para o pack Leather (bancos em pele, os dianteiros aquecidos e ventilados).

A gama portuguesa do novo Ceed compõe-se, assim, pelas versões 1.0 SX (€22 940), 1.0 TX (€25 440, prevendo-se seja a mais vendida entre nós); 1.0 GT-Line (preço a definir); 1.4 TX (€27 440, ou €28 690 com caixa 7DCT); 1.4 GT Line (preço a definir); 1.6 CRDi 115 cv SX (€27 640, especialmente dirigida ao mercado frotista); 1.6 CRDi 136 cv TX (€30 640, €32 140 com caixa 7DCT); e 1.6 CRDi 136 cv GT Line (preço a definir).

Imprescindível sublinhar que, na fase de lançamento, a Kia tem em vigor uma campanha para o novo Ceed que atribui um desconto directo de €2500, a que se junta um desconto adicional de €2000 caso o cliente opte pelo financiamento da marca, pelo que aos valores acima é possível retirar até €4500 – sendo, por isso, possível adquiri-lo a partir de €18 440. Quanto à carrinha CEed SW, a Kia faz saber já que o diferencial para o hatchback cinco portas, em versões com motores e níveis de equipamento equiparados, será de €1200.

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zyrgon