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Questão de género?

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Questão de género?

Em média, em cada momento, cerca de 73% dos automóveis ligeiros em circulação são conduzidos por homens. Por outro lado, como passageiros, os homens representam apenas cerca de 37% dos passageiros adultos em automóvel ligeiro. Mas os homens representam 90% dos condutores mortos e 56% dos passageiros mortos no mesmo tipo de veículos.

Analisando alguns dos comportamentos que sabemos influenciam de forma importante o nível de sinistralidade, vejamos quais os que jogam em desfavor e em favor do condutor homem:
1) álcool – em média 2,2% dos homens estão a conduzir com TAS ilegal, sendo mesmo que 0,5% o faz com TAS superior a 1,2g/l, o que configura crime. Nas mulheres, em média apenas 0,8% andam a conduzir com TAS ilegal, sendo que é praticamente nula a presença de TAS superior a 1,2g/l;
2) cinto de segurança – em média, 96,1% dos condutores homens usa sempre o cinto de segurança (número muito positivo), mas as condutoras mulheres ainda usam mais – 97,1%. Como passageiros dos bancos da frente, também as mulheres usam mais (96,8%) do que os homens (93,7%);
3) sinalização das manobras – também aqui as mulheres são mais cumpridoras do que os homens, pois fazem mais frequentemente os sinais de mudança de direcção (mais cerca de 17% das vezes do que os homens), em circunstâncias semelhantes;
4) uso do telemóvel – aqui e como seria de esperar, são as mulheres que correm maiores riscos, pois falam mais frequentemente que os homens, nomeadamente sem o sistema de mãos livres (frequência superior em cerca de 20%), e nomeadamente dentro das localidades, onde a utilização do telemóvel é mais frequentemente causador de acidentes (aumento significativo do tempo de reacção, com menor espaço para corrigir), embora de menor gravidade. Na realidade, dentro das localidades,  a frequência de conversas ao telemóvel durante a condução por parte das mulheres é cerca de 70% maior do que por parte dos homens;
5) velocidade – a diferença de comportamentos quanto à velocidade é decisivo na dfiferença substancial do risco de acidente mortal entre os condutores homens e mulheres. Porque a enorme diferença de velocidade a que, em média, os homens e as mulheres conduzem, não só leva a um muito maior número de vezes que o homem não conseguem parar o carro no espaço necessário, como a velocidade de embate é muito maior, o que determina a gravidade das lesões.

E como se justifica que também como passageiros, os homens morram proporcionalmente mais do que as mulheres? Quando você transporta passageiros, em média quem é que o pressiona mais para conduzir menos depressa – os seus passageiros homens ou os seus passageiros mulheres?

José Miguel Trigoso
Presidente do Conselho de Direcção da PRP

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