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Educação rodoviária

Artigo
Educação rodoviária

A Educação Rodoviária deve ser proporcionada de forma contínua, e deve ser um processo pedagógico que proporcione ao indivíduo as motivações, atitudes, conhecimentos e competências indispensáveis à interiorização e comportamentos seguros no trânsito como passageiro, peão e condutor.

A Escola é o local privilegiado para a preparação das crianças e jovens para uma inserção segura no trânsito “enquanto espaço estruturado nos diferentes domínios do conhecimento nos quais a educação rodoviária se poderá, eficazmente, corporizar, em termos de continuidade, sistematização e progressão pedagógica” (art. 6º Carta de Princípios de Educação Rodoviária no Sistema Educativo).

Para que os efeitos da Educação Rodoviária sejam eficazes e duradouros, a Educação Rodoviária não deve ser feita pontualmente, nem ficar circunscrita a uma só área disciplinar com a realização de actividades de cariz teórica realizadas em sala. Deve ser proporcionada de forma contextualizada, realizada em diferentes ambientes de aprendizagem (sala, ambiente simulado e trânsito) com diversos actores e parceiros estratégicos

A família é o outro pilar no qual deve assentar a educação rodoviária, dado que os pais devem ser os principais intervenientes no papel educativo da criança e são aqueles com quem a criança mais frequentemente circula na via pública, seja como passageiro ou como peão, cabendo-lhe um duplo papel insubstituível – a protecção adequada da criança e o exemplo através da prática sistemática de comportamentos correctos.

A protecção da criança, enquanto utente do sistema de transportes rodoviários, é igualmente muito dependente da protecção proporcionada pelo ambiente rodoviário, instrumento absolutamente determinante para a eliminação do risco. Torna-se então igualmente da maior importância, o envolvimento dos responsáveis pelas infraestruturas, pela gestão do trânsito e pela sua fiscalização. Ou seja, as Câmaras Municipais e as entidades responsáveis pela fiscalização devem igualmente ser chamadas a colaborar no processo de protecção das crianças, defendendo a PRP que a forma mais eficaz de integrar a educação e as acções de protecção da criança devem ser corporizadas em “Planos escolares de segurança rodoviária”, adequados às necessidades concretas de cada população escolar

Enquanto não se adoptar esta abordagem, aquilo que se vai fazendo não passam de iniciativas que servem para tirar umas fotografias de crianças a andarem de carrinhos a pedal, a fazerem de sinaleiros ou a aprenderem uns sinais, mas que não servem nem para interiorizar comportamentos, nem para envolver a família, nem para melhorar o ambiente rodoviário na área da escola. Ou seja, serve apenas para brincar aos carrinhos, divertir as crianças e permitir que se diga que já temos programas de educação rodoviária, quando na realidade só nos estamos a enganar, não avaliando nenhum programa, fingindo que se está a trabalhar bem.

José Miguel Trigoso
Presidente do Conselho de Direcção da PRP

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