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Na cidade

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Na cidade

O breve apontamento que proponho, tem por ponto de partida uma campanha de sensibilização, recente, trazida pela Associação Salvador, cujo objetivo é chamar a atenção aos condutores que deixam os veículos em cima do passeio dificultando a passagem de cegos e de pessoas com mobilidade reduzida que fazem uso das cadeiras de rodas.

A campanha desenvolve-se numa perspetiva positiva. Começa por uma pessoa deixar um pequeno papel no pára-brisas do carro mal estacionado onde está escrito: “ bati no seu carro, este é o meu contacto…”.

O condutor estabelece o contacto e surge uma pessoa em cadeiras de rodas, demonstrando que pelo facto do passeio estar ocupado não conseguia passar em segurança. Claro que depois a situação é explicada.

Posto isto, abordemos o tema sob o prisma do conceito de cidade humanizada, devolvida às pessoas, onde se pretende a convivência harmoniosa entre veículos, peões e utentes especiais num apelo crescente ao recurso a meios de transporte mais sustentáveis. Promovendo-se a inadmissibilidade de ações que ponham em situação de desconforto quem verdadeiramente precisa do seu espaço, no caso o próprio passeio que é o lugar exclusivo dos peões.

Cidadania é também esta consciência individual de sabermos exactamente qual é o nosso lugar. De omissão de actos que lesam terceiros. De promoção de sã convivência de pessoas nos mais diversos papéis enquanto utentes das vias.

Uma sociedade distingue-se, de entre uma panóplia de sistemas de proteção, também pela forma como protege os seus grupos de risco.

Cabe-nos assim, a todos nós, vermos aquela campanha com o sentido de humanidade que nos merece. Definitivamente, os passeios são para os peões.

Gabriel Mendes
Comandante da UNT/GNR

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