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Pensar antes de decidir

Artigo
Pensar antes de decidir

Conduzir é desempenhar um conjunto de tarefas, de forma contínua e coordenada, que podemos desagragar em 4 etapas:

  1. Observar o ambiente que nos rodeia, e que está sempre em movimento – as características da via onde circulamos e as suas condicionantes (sinalização, tipo e estado do piso, o seu traçado, as condições e distâncias de visibilidade, etc.), as acções dos outros utentes que partilham a via (condutores de diferentes tipos de veículos e peões), as velocidades de circulação dos diversos condutores e a eventual intenção de mudança de direcção, etc.
  2. Analisar o que observámos e prever o que vai acontecer no futuro imediato, tendo em conta essa análise.
  3. Decidir quais as acções que temos que executar, tendo em conta a conclusão a que chegámos na análise efectuada.
  4. Executar as acções que decidimos.

Estudos concluiram que, em média, um condutor toma uma decisão e executa-a a cada 5 segundos.

O álcool é um elemento (tal como a fadiga, as drogas e alguns medicamentos) que deterioram as nossas capacidades para desempenhar com qualidade qualquer das etapas referidas.

Todos os estudos científicos que mediram a influência da presença de álcool nos condutores e a sua relação com o envolvimento em acidentes chegaram à mesma conclusão: o risco de acidente, n omeadamente de acidente grave aumenta de forma exponencial com o aumento da taxa de alcoolemia do condutor. E a generalidade dos portugueses conhece e concorda com esta constatação.

Estudo recente efectuado pela PRP focou-se na observação dos níveis de alcoolemia com que se conduz em Portugal e sobre a opinião dos condutores portugueses sobre as políticas relativas à condução sob a influência do álcool. Vejamos alguns dos dados obtidos:

– Foram testados 5.392 condutores, dos quais 1,8% apresentaram taxas de alcoolemia ilegais(TAS iguais ou superiores a 0,5g/l), 8,6% apresentaram presença de álcool mas a níveis legais e 89,6% dos condutores não apresentaram a presença de nenhuma quantidade de álcool ;

A – Dos 3.936 condutorse do sexo masculino (73,0% do total), 2,2% apresentaram TAS ilegal, 10,4% apresentaram níveis de alcoolemia permitidos legalmente e 87,4% não apresentaram a presença de álcool; dos 1.456 condutores do sexo feminino, apenas 0,8% apresentaram TAS ilegal e apenas 3,9% apresentoua presença de álcool em quantidades legais, sendo que os restantes 95,3% não apresentou a presença de álcool;

B – A presença de quantidades de álcool ilegais de acordo com a faixa etária foi a seguinte:

628 condutores com menos de 25 anos (11,6% do total) – 2,5%

1323 condutores dos 25 aos 34 anos (24,5% do total) – 2,0%

1947 condutores dos 35 aos 49 anos (36,1% do total) – 1,7%

1116 condutores dos 50 aos 64 anos (20,7% do total) – 1,9%

375 condutores com 65 anos ou mais (7,0% do total) – 1,0%

C – Dos 2.803 condutores observados nos dias úteis (52,0% do total), 1,2% circulava com TAS ilegal, e dos 2.589 condutores observados ao fim de semana (48,0% do total), 2,5% circulava com TAS ilegal

D – Entre as 22h e as 24h nos dias úteis, apenas 0,5% dos condutores observados apresentaram TAS ilegal, enquanto entre as 03h e as 05h nos fins de semana, a percentagem de condutores com TAS ilegal foi de 7,0%. Nas manhãs dos dias úteis (10h às 12h),  apenas 2,3% dos condutores acusam a presença de alguma quantidade de álcool, enquanto à noite dos mesmo dias úteis 02h às 04h), são já 19,3% dfos condutores que acusa a presença de algum álcool e à noite dos dias de fim de semana são 24,3% dos condutores a acusarem.

Uma das conclusões que destes números se tira, é que nas nossas estradas, consoante o dia de semana e a hora do dia, entre 0,5% e 7,0% dos condutores apreasentam TAS acima do valor que a legislação considera contraordenação grave ou muito grave, ou até que tipifica como crime, tal a gravidade que se atribui ao risco gerado por quem conduz com TAS igual ou superior a 1,2g/l.

Sabem qual foi a percentagem dos condutores que morreram em acidentes de visção com TAS ilegal? 35,6%!!! E sabem qual a percentagem de peões que morreram com TAS que seria ilegal se fossem a conduzir (e que também reduz muito as capacidades dos peões decidirem o que fazer)? 20,7%!!!

PENSEM, PENSEM E VOLTEM A PENSAR ANTES DE DECIDIR…  

José Miguel Trigoso
Presidente do Conselho de Direcção da PRP

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