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Porsche 901: o original regressa a casa

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Porsche 901: o original regressa a casa

Verdadeiro mito da indústria automóvel, porventura o mais famoso desportivo de sempre, o hoje incontornável Porsche 911 nasceu com um nome diferente. Originalmente, o sucessor do 356 foi baptizado como 901, e assim apresentado em Outubro de 1964, no Salão de Paris. Só que uma disputa sobre o registo desta sigla, espoletada pela Peugeot, acabou por levar a marca de Estugarda a renomear o modelo para 911, como ainda hoje é universalmente conhecido.

Contudo, entre Setembro e Novembro de 1964, 82 exemplares do modelo teriam já sido construídos, havendo a versão que indica que os mesmos apenas foram utilizados para testes e exposição, nenhum tendo sido vendido a clientes; e aquela, hoje veiculada pela própria Porsche, de que os que foram parar às mãos de privados, apesar de construídos como modelo 901, foram vendidos como modelo 911.

Seguro é que, até hoje, esta era uma raridade que faltava no museu da Porsche, pese embora existam relatos do restauro completo do exemplar número 20, e também do número 37, propriedade do não menos famoso Alois Ruf. Uma lacuna com mais de cinco décadas, que fica, agora, colmatada, terminado que está o restauro integral, por parte dos especialistas da casa germânica, do 901 número 57, protagonista da exposição “911 (901 Nº 57) – A lenda está pronta”, patente no Museu Porsche até 8 de Abril próximo.

Construído em Outubro de 1964, enquanto modelo de “primeira-série”, este 901 de cor vermelha passa a ser o mais antigo 911 a integrar o espólio do museu. Casualmente encontrado em 2014 por uma equipa de televisão alemã, a trabalhar num programa sobre antiguidades, juntamente com outro exemplar do 911 dos anos de 1960, o 901 com o châssis número 300.057 foi, tal como o seu “irmão”, adquirido pelo Museu Porsche, ao preço determinado por um especialista independente, tendo nos últimos três anos sido sujeito a um minucioso e exaustivo processo de restauro.

Para manter o veículo tão fiel e autêntico ao original quanto possível, e tirar partido de este nunca ter sido anteriormente sujeito a qualquer restauro, apesar de estar muito enferrujado, o 901 número 57 foi trazido de volta ao seu estado de origem fazendo uso de partes de carroçaria genuínas retiradas de outro exemplar. Já o motor, transmissão, sistema eléctrico e interior foram reparados segundo o mesmo princípio, obedecendo à regra de, sempre que possível, manter partes e fragmentos originais, ao invés de os substituir. O resultado está, agora, à vista de todos, num 901 original em perfeito estado de funcionamento, passível, até, de ser conduzido.

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zyrgon