Volvo V60 D4 Volvo Ocean Race

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O sistema multimédia Sensus Connect é uma novidade da gama Model Year 2015. Funciona relativamente bem, mas não é tão refinado como alguns sistemas da concorrência

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A cobertura da bagageira é específica desta versão Volvo Ocean Race

A caixa manual de seis velocidades está bem escalonada e apresenta um manuseamento suficientemente rápido e preciso

O bloco quatro cilindros não oferece um som tão característico como o seu antecessor, mas é bastante mais eficiente

A gama Volvo foi actualizada no início deste ano e Absolute Motors, como orgão de referência que tenta ser, esmiuçou todos os modelos do construtor sueco, tendo o foco recaído, naturalmente, sobre as vantagens e desvantagens da substituição do motor Diesel pentacilíndrico pela nova unidade de apenas quatro cilindros. No caso da V60, ensaiámos a versão D4, mas associada à caixa automática de oito velocidades, produzida pelos japoneses da Aisin.

Agora, surge o mesmo motor D4, mas conjugado com a caixa manual de seis velocidades e o nível de equipamento Volvo Ocean Race, alusivo à famosa regata, que pouco mais acrescenta que logotipos e combinações de cores. Apesar de nada disto representar propriamente uma novidade, eu, fã confesso da filosofia da marca sueca, não pude enjeitar a possibilidade de passar mais uns dias com a carrinha sueca.

As linhas exteriores, sem serem especialmente arrojadas, continuam a cativar-me, muito devido ao equilíbrio e souplesse de todos os pormenores, mesmo não sendo eu um defensor de pinturas nestes tons. Olho para a lista de equipamento de série desta edição Volvo Ocean Race, reparo que engloba umas jantes de 18”, mas não é essa medida que a V60 parece calçar, até que confirmo que estou perante umas jantes de “apenas” 17”, revestidas por uns pneus com 215 milímetros de largura e um perfil de 50% dessa largura. Não pude deixar de considerar uma medida de extrema inteligência na forma como esta medida influencia positivamente o conforto, os consumos e as prestações e nem sequer resulta mal do ponto de vista visual. Rapidamente, esclareci a razão para esta discrepância, que não é nada mais que a possibilidade de optar, sem qualquer custo, pelas jantes Portonus, mas com 17”.

As jantes de 17″ fazem milagres pelo conforto, sem com isso prejudicarem equilíbrio estético do conjunto

Esquecendo as medidas das jantes, é hora de revisitar o habitáculo da V60, que continua, naturalmente, pleno de bom-gosto e com uma excelente ergonomia, ainda que a posição de condução seja um pouco mais alta que o desejável e o volante tenha um diâmetro e uma espessura exagerados. Mas tudo isto é fácil de esquecer quando ocupamos um dos excelentes bancos dianteiros, que recebem o condutor com imenso conforto, sem descurar o apoio lateral. No caso da unidade ensaiada, são ainda pontuados por uma combinação entre preto e laranja, que lhe dá um requinte muito especial.

Dirão muitos que não fará muito sentido optar por uma caixa de velocidades manual num automóvel com estas características e eu, ainda por cima conhecendo a enorme qualidade da caixa automática de oito velocidades, terei de concordar, mas não deixa de ser verdade que aqueles que não dispensam uma caixa de velocidades manual não ficarão defraudados com a V60. Muito suave e precisa na engrenagem, casa muito bem com o bloco Diesel de 181 cv, até por esta ter um escalonamento pensado para aproveitar os regimes a partir das 2000 rpm, onde o motor é mais forte. Se a condução for descontraída, é fácil conjugar velocidades baixas com relações de caixa altas, com naturais benefícios para os consumos e silêncio a bordo. No fundo, tendo em conta a forma como todos os comandos funcionam e o acerto escolhido para a suspensão, a V60 D4 pede mesmo uma condução descontraída.

Além do excelente resultado visual, os bancos dianteiros são fantásticos na forma como acolhem condutor e passageiro

Assim que decidimos imprimir mais ímpeto na condução, percebemos o motivo para os bancos dianteiros terem um suporte lateral tão pronunciado, capaz de conter o corpo do condutor e passageiros sempre que enfrentamos o pronunciado rolamento de carroçaria. Não quer isto dizer que a Volvo V60 não seja segura nem eficaz num qualquer troço de montanha enfrentado com mais ânimo, mas sim que não é, neste segmento, o modelo que melhor lida com esse tipo de condução, até porque a direcção é extremamente vaga, o que acaba por tirar precisão ao eixo dianteiro e reduzir a agilidade do chassis.

Rolar é, pois, a grande virtude desta Volvo V60 D4, momento em que as jantes de 17” mostram toda a sua valia. Mesmo com as enormes crateras e depressões de diversas frequências que se espalham pelas nossas estradas, a carrinha sueca segue sempre capaz de segurar um copo cheio sem o entornar, ou oferecendo belos momentos de sono a qualquer um dos ocupantes.

Para ter uma Volvo V40 D4 Volvo Ocean Race terá de abrir mão de 43 313 euros, mas não espere um nível de equipamento muito recheado, faltando mesmo alguns itens importantes, como sensores de luz, de parqueamento, retrovisor electrocromático, entre outros. Como tal, se recorrer à vasta de lista de opcionais, que inclui variados itens de segurança, rapidamente chegará a valores demasiado perto da concorrência germânica, o que deixará muitos compradores a pensar no que fazer. Não sendo tão globalmente competente como os modelos alemães, esta Volvo V60 continua a ser uma proposta muito interessante, até por apresentar uma filosofia e uma charme muito próprios.