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Ao volante do novo Renault Clio. Chega em Setembro

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Ao volante do novo Renault Clio. Chega em Setembro

Portugal, mais concretamente a região de Évora, foi o local escolhido pela Renault para dar a conhecer à imprensa mundial o novo Clio, modelo que iniciará a sua carreira comercial no nosso país em meados de Setembro. Originalmente lançado em 1990, este é um verdadeiro ícone do mercado automóvel europeu, em geral, do segmento dos utilitários, em particular, e muito especialmente de mercados como o português: com mais de 15 milhões de unidades vendidas ao longo que quase três décadas de carreira, é, há muito, o modelo mais vendido da Renault a nível mundial, e o automóvel francês mais vendido no planeta; o líder do segmento B a nível europeu desde 2013; o segundo automóvel mais vendido na Europa; e, historicamente, um dos mais populares no mercado luso.

É, pois, inequívoca a importância do Clio V para a marca do losango, que volta a apostar em propor um utilitário seguro (já recebeu a classificação de cinco estrelas nos testes do Euro NCAP) e adaptado às exigências do seu tempo, que a Renault classifica como o melhor Clio de sempre e desenvolveu segundo o lema “Evolução & Revolução”. Para tal, e por ordem cronológica, foram, também, recuperados das anteriores gerações trunfos como: o recurso a soluções tecnológicas por norma apenas disponíveis em propostas de segmentos superiores; a adopção de elevados padrões de habitabilidade e conforto; o aumento do nível da qualidade percebida; a aposta num estilo marcante, e que, no seu antecessor, acabou por ser transporta para toda a gama da casa de Billancourt, assim acabando por se tornar numa sua imagem de marca.

Neste particular, a própria Renault assume que, não obstante todos os painéis da carroçaria serem novos, o design do Clio V constituiu uma evolução do do modelo ainda em comercialização, que as alterações operadas pretenderam tornar mais actual e dinâmico, mas de molde a que o modelo fosse de imediato reconhecido como um Clio. A evolução faz-se sentir, particularmente, na secção dianteira, em que destacam elementos como as nervuras no capot; a grelha de maiores dimensões, o pára-choques com abertura central, ou as ópticas integralmente por LED com o célebre formato em “C” (de série em todas as versões).

Com 4050 mm de comprimento, 1798 de largura, 1440 mm de altura e 2583 mm de distância entre eixos, o Clio V é mais curto 14 mm, e mais baixo 30 mm, do que o seu antecessor, ganhando, também por isso, um ar mais atlético e uma superior eficácia aerodinâmica, para que contribuem igualmente, por exemplo, os deflectores de ar presentes nas cavas das rodas, o que acontece pela primeira vez neste modelo. De notar, ainda, a moldura cromada das janelas, os puxadores das portas traseiras dissimulados, os farolins traseiros por LED também com nova assinatura luminosa, mais uma vez em forma «C», e a terceira luz de stop, mais longa e mais fina, colocada sobre o óculo traseiro. De referir, por fim, que o Clio V é o único modelo do seu segmento a oferecer uma iluminação exterior totalmente por LED.

Muito mais evidentes, e profundas, são as melhorias introduzidas no habitáculo, em que se pode considerar que foi operada uma quase revolução, em termos de qualidade como de ergonomia, e até de decoração. Mas, antes disso, é forçoso sublinhar que, apesar de mais compacto, o Clio anuncia uma habitabilidade mais generosa do que o seu antecessor, algo que não foi difícil confirmar num primeiro contacto com o modelo, merecendo especial referência a liberdade de movimentos de que gozam os passageiros traseiros, inclusive no que diz respeito ao sempre sensível espaço disponibilizado às respectivas pernas.

Quanto à mala, além de oferecer um acesso mais uniforme, e um piso amovível, viu a sua capacidade aumentar de 331 litros no Clio IV para os actuais 391 litros, ampliáveis até um máximo de 1069 litros, mediante o rebatimento assimétrico do banco traseiro. Os cuidados aqui dispensados foram ao ponto de, nas versões equipadas com o sistema de som Bose, o subwoofer estar integrado no painel lateral da bagageira, por forma a não condicionar a respectiva volumetria.

Notório, de igual modo, no habitáculo, o acréscimo da qualidade efectiva e percebida. As superfícies revestidas por materiais macios aumentaram 25% (em particular nas zonas com as quais os ocupantes contactam mais frequentemente, como o tablier, os painéis interiores das portas ou a consola central), os pilares dianteiros são revestidos a tecido, e a verdade é que o ambiente a bordo é bem mais acolhedor, para o que também contribui o design interior mais evoluído, apelativo e funcional – até porque o somatório dos espaços de arrumação passou de 22 litros para 26 litros, o melhor valor da classe.

Já o posto de condução é muito bom: felizmente, mais baixo do que o habitual, logo nos primeiros momentos nota-se que a decisão dos técnicos franceses, de tornar mais estreita a coluna de direcção, traduz-se num maior desafogo para as pernas de quem segue ao volante. Ao mesmo tempo, a instalação de um airbag mais compacto permitiu adoptar um volante mais pequeno, e com óptima pega, que não só integra novos e mais comandos retroiluminados, que permitem controlar tudo o que é essencial à tarefa da condução, como garante uma melhor visibilidade do painel de instrumentos.

Ainda neste capítulo, menção para a nova consola central elevada, que cria uma maior envolvência e permite colocar em posição mais acessível a alavanca (mais curta) de comando da caixa de velocidades. E também para os bancos, inspirados nos de modelos de segmentos superiores: a par de um assento 15 mm mais comprido, que melhora o apoio das pernas graças, oferecem um superior apoio lateral, contam com encostos de cabeça de novo formato, o que aumenta a visibilidade traseira, e, por disporem de uma armação oca, são mais finos do que anteriormente, assim incrementando o espaço para pernas atrás.

A vertente tecnológica é mais uma das áreas em que o novo Cio evoluiu significativamente. O painel de instrumentos passa a ser totalmente digital e personalizável em todas as versões, com 7” nas mais acessíveis, e com 10” nas mais dotadas – este último disponível a partir do final do ano, e disponibilizando ainda mais informação, nomeadamente a relativa à navegação. Já o sistema de infoentretenimento recorre a um ecrã de 7”, montado horizontalmente, ou a um verdadeiro tablet de 9,3” instalado na vertical, inspirado no do Espace e senhor de uma óptima visibilidade em todos as condições de luminosidade e incidência da luz solar.

Como não podia deixar de ser, nos tempos que correm, o Clio V é, também, profusamente personalizável, desde logo oferecendo oito ambientes interiores, que podem ser complementados com elementos coloridos. É o caso da consola central (cujo rebordo exterior até pode contar com animação luminosa), do painel de bordo, dos painéis de portas, do volante e dos apoios de braços, a que se junta a iluminação ambiente com uma paleta de oito cores.

Ao novo Clio cabe, igualmente, inaugurar a inédita linha de equipamento e acabamentos R.S. Line, inspirada pela Renault Sport, sucessora da anterior GT-Line e que se estenderá a toda a gama da Renault. Caracteriza-se pela “lâmina” F1 exterior, conhecida das versões R.S., pelas jantes em liga específicas de 17’’, pelos bancos com maior apoio lateral, pelas aplicações em carbono, pelo exclusivo em pele perfurada com assinatura R.S, pela pedaleira em alumínio e pelos elementos de personalização vermelhos, combinados com os pespontos dos bancos e do volante na mesma cor.  De regresso está a versão Initiale Paris, com elementos cromados exteriores (molduras das janelas, proteções inferiores das portas e grelha frontal), emblemas identificativos na grelha e sobre as cavas das rodas dianteiras, jantes específicas de 17”, bancos em couro exclusivos e volante em couro específico – sendo para o habitáculo propostos os ambientes em preto ou cinzento.

Mas há mais a comprovar que o Clio V inaugura um novo ciclo para a própria Renault, materializando o seu programa Drive the Future, para 2017-2022, assente em três pilares fundamentais: electrificação (22 modelos electrificados até 2022); conectividade (todos os modelos à venda nos principais mercados dotados de conectividade); condução autónoma (15 modelos equipados com tecnologias de condução autónoma até 2022). A estreia da plataforma modular CMF-B, com uma nova arquitectura eléctrica e electrónica, visa alcançar tal desiderato.

Composta por 85% de peças novas, por comparação com a utilizada pelo Clio da anterior geração, permite reduzir o peso do modelo em até 50 kg, inclui um fundo carenado, para melhor desempenho aerodinâmico e superior isolamento acústico, e recorrer a maior quantidade de aço de elevad resistência, para incrementar a segurança. Já a tal arquitectura eléctrica e electrónica garante tanto a introdução de evoluídos sistemas de assistência ao condutor, como a disponibilização de versões electrificadas, sendo o Clio V o primeiro modelo da Renault a contar com uma derivação híbrida, animada por uma motorização inédita, desenvolvida pela própria marca francesa, a lançar no próximo ano.

Até lá, a gama de motores será composta por quatro opções a gasolina e duas Diesel. No primeiro caso, a oferta inicia-se com o três cilindros de 999 cc, proposto em duas derivações atmosféricas SCe: uma com 65 cv, e outra com 75 xv, ambas com 95 Nm de binário máximo e dotadas de caixa manual de seis velocidades. Este mesmo bloco, na sua declinação turbocomprimida TCe, oferece 100 cv e 160 Nm (mais 20 cv e 20 Nm do que o anterior TCe 90), tendo acoplada uma caixa manual de cinco velocidades, que, mais tarde, poderá, em opção, dar lugar a uma caixa automática X-Tronic.

No topo da oferta estará, por ora, o quatro cilindros turbo de 1,3 litros do Clio TCe 130, com 130 cv de potência e um binário máximo de 240 Nm, sempre combinado com a caixa pilotada EDC de dupla embraiagem e sete velocidades. De salientar que o motor TCe 100 também será disponibilizado numa variante bifuel apta a consumir GPL.

Quanto às opções a gasóleo Blue dCi, ambas assentam no conhecido bloco turbodiesel de 1,5 litros, disponível em dois níveis de potência: 85 cv e 220 Nm, e 115 cv e 260 Nm. A caixa é manual de seis velocidades, e ambas contam com filtro de partículas e catalisador de redução selectiva SCR.

Na apresentação internacional do novo Clio foi possivel cumprir cerca de duas centenas de quilómetros nos mais variados tipos de estradas, em partes iguais dividos pelas versões TCe 100 e TCe 130. Em ambos os casos, nota mais para o eficaz comportamento em curva, para a elevada estabilidade a alta velocidade e para um conforto de marcha digno de registo, mesmo em pisos menos bem conservados, honrando assim o modelo a escola francesa neste particular, e os próprios pergaminhos que o seu construtor detém nesta matéria.

A direcção directa e bem calibrada, e o bom isolamento acústico, reforçado ainda pela eficiência aerodinâmica, unem-se às suspensões revistas e reafinadas para garantir uma experiência de condução gratificante e de nível superior. Nos traçados mais sinuosos, sobretudo se cumpridos a ritmos mais intensos, o Clio V prima ainda pelas reacções prontas e por uma apreciável agilidade, oferecendo uma envolvência ao volante digna de encómios. Tendo ao seu condutor o selector de modos de condução Multi Sense, com as opções Eco, Sport e MySense, este último personalizável.

O evento serviu, ainda, para proporcionar aos jornalistas uma pequena experiência de alguns dos sistemas de auxílio à condução propostos pelo novo Clio, nalguns casos inéditos na oferta da Renault. Aqui se incluindo o cruise control adaptativo com função stop&go, combinado com o assistente de manutenção na faixa de rodagem (disponível no CZlio TCe 130 a partir do final do ano); o assistente de máximos; a travagem autónoma de emergência com detecção de peões e ciclistas;  a monitorização do ângulo morto; o sistema de leitura de sinais de trânsito com alerta de excesso de velocidade; o alerta de saída involuntária da faixa de rodagem; a câmara panorâmica de 360°; e o sistema de estacionamento automático.

Quanto ao futuro, a grande expectativa relativamente ao novo Clio reside, como é natural, na vrsão híbrida a lançar no próximo ano, animada pelo inédito grupo motopropulsor E-Tech, que combina um motor 1.6 a gasolina de ciclo Atkinson com dois motores eléctricos e uma bateria de iões de lítios com 1,2 kWh de capacidade – e será lançado numa derivação híbrida plug-in no Captur. Não sendo ainda muitos os detalhes disponibilizados pela Renault relativos a esta motorização, os especialistas da marca presentes em Évora sempre foram adiantando que o objectivo é que o Clio híbrido, em cidade, funcione 80% do tempo no modo exclusivamente eléctrico, aquele que é sempre utilizado no arranque.

Quanto aos motores eléctricos, existem um mais potente e de maiores dimensões, destinado a mover o próprio veículo, e um outro, mais pequeno, que funciona como alternador/motor de arranque, e que gere as trocas de mudança da caixa de velocidades mecânica de quatro velocidades, quer operando o respectivo selector, quer assegurando a sincronizando a velocidade de rotação dos seus veios com a do volante do motor. Aliás, a transmissão serão mesmo um dos segredos desta solução, já que combinando as quatro relações da caixa com as duas eléctricas, a Renault garante a disponibilização de quinze combinações possíveis de relação de transmissão.

O futuro dirá da competência do primeiro híbrido da Renault. Antes disso, a chegada do novo Clio a Portugal será abrilhantada por uma edição especial de lançamento (muito) limitada e numerada, de que apenas serão produzidos cinquenta exemplares, denominada Edition 1 e desenvolvida com base no nível de equipamento R.S. Line.

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zyrgon