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Estamos a evoluir positivamente

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Estamos a evoluir positivamente

Que o mundo tem sofrido grandes alterações ao longo dos tempos ninguém tem a menor dúvida. Que nós tendemos a olhar e a relevar as alterações mais recentes, desenquadrando-as das razões sociais, culturais e tecnológicas que lhes deram origem  e das causas para a sua natural evolução, também me parece relativamente comum. Contudo, parece-me menos frequente que sejamos capazes de encontrar pontos positivos nessa evolução.

Com a industrialização e a capacidade de fornecer bens a preços acessíveis e em quantidade suficiente para satisfazer uma procura crescente, naturalmente que se iniciou a igualmente crescente produção de resíduos. Decerto que “ao tempo”, o que aliás tem sido comum a todos os “tempos”, a prioridade era proporcionar bem-estar e melhor qualidade de vida às populações, sem grandes preocupações quanto à preservação do ambiente, ao aumento desenfreado do consumo energético não sustentado e à produção massiva do que ao tempo tinha a designação comum e abrangente de “lixo”.

Tivemos acesso ao uso generalizado de energia elétrica e com ela aos mais diversos equipamentos, dos frigoríficos aos televisores, dos aquecedores ao moderno e imprescindível computador. Conquistámos a mobilidade individual, através do bem que mais alterações provocou na vida dos cidadãos, o automóvel. Também aqui, as preocupações quanto à sua utilização racional, quanto ao consumo de energia e de componentes necessários para o seu funcionamento, não eram muitas, e centravam-se apenas no vector económico. Era o que se passava com os lubrificantes.

Vejamos então o que se passa actualmente com os lubrificantes e com os resíduos resultantes da sua utilização. Em 2012, o mercado de lubrificantes que gera óleos usados caiu cerca de 14% relativamente ao ano anterior. Em nosso entender foram duas as razões principais que justificaram esta queda: por um lado uma razão de natureza tecnológica, a contínua melhoria da qualidade dos lubrificantes e dos equipamentos, tanto a nível dos transportes como a nível Industrial, permitindo utilizações cada vez mais prolongadas das cargas de óleo, levando portanto à redução do seu consumo; e, por outro, a profunda crise económica em que nos encontramos que reduz fortemente o poder de compra das empresas e das famílias.

Como todos tão bem sabemos, 2012 foi marcado por uma enorme recessão económica em Portugal e, sendo o consumo de lubrificantes diretamente proporcional à atividade económica, o seu impacto traduziu-se numa redução significativa. Contrariamente às previsões pouco optimistas quanto à retoma da nossa economia no curto prazo, e portanto à tendência para a situação se agravar profundamente em 2013, o que é facto é que o mercado contraiu apenas 1,6% relativamente a 2012.

Mas, mais importante do que a evolução do mercado dos óleos novos, é a evolução da recolha e do tratamento dos resíduos perigosos gerados e do seu encaminhamento para destinos de valorização ambientalmente positivos. No primeiro caso, essa capacidade é medida pelo indicador designado taxa de recolha, indicador este que tem subido sustentadamente desde o início da nossa actividade, atingindo o seu valor mais elevado em 2013. Também quanto ao encaminhamento, o aumento dos envios para a regeneração, destino mais nobre, em detrimento da reciclagem, e o total abandono dos envios para valorização energética desde 2007, significam o comprometimento da entidade gestora com um avanço muito significativo nos indicadores de desempenho ambiental.

Julgamos assim que estes resultados revelam, mais do que uma simples opinião ou tendência de melhoria, uma real evolução positiva e sustentada do funcionamento do Sistema Integrado de Gestão de Óleos Usados, e consequentemente um contributo significativo para que o referido desenvolvimento constante da sociedade prossiga, respeitando o ambiente e a vida…..

Porque o óleo tem mais vidas….

Aníbal Vicente
Gerente da Sogilub

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